Ivan Santos*

A tradição de financiar farras e festivais com dinheiro público no Brasil, apesar da crise que castiga usuários de serviços públicos de saúde, educação e segurança, não acabou. Na semana passada a Caixa Econômica Federal, controlada pelo governo da União, anunciou que vai liberar R$ 8 milhões para as escolas de Samba prepararem um Carnaval de Arromba no Rio de Janeiro no ano que vem. Como 2018 é ano de eleições, os políticos que apoiam ao Governo gostaram do anúncio e vão pedir mais dinheiro para as Escolas de Samba de São Paulo, Florianópolis, Salvador, Recife, Fortaleza e outras capitais. Em Uberlândia, o prefeito Odelmo Leão, que enfrenta dificuldades maiúsculas para custear a saúde e outros serviços sociais, terá dificuldade para negar dinheiro às escolas de samba locais no próximo carnaval. Um porta-voz da Caixa Econômica disse na semana passada ao jornal Valor Econômico, que “os recursos virão via Lei Rouanet, que permite abater do valor do imposto de renda parte dos investimentos em cultura”. Esperemos o dia 24 próximo, para conhecer os detalhes sobre a liberação dos R$ 8 milhões anunciados para financiar a Farra de Momo no Rio. Ainda segundo o Valor Econômico, em julho passado, o presidente Michel Temer se comprometeu investir até R$ 13 milhões no Carnaval. A Prefeitura do Rio – capital de um Estado quebrado, prometeu liberar R$ 13 milhões para que o povo carioca e visitantes possam ver muito samba no pé no Sambódromo. Quem garantiu que não vai faltar dinheiro para montar no Rio um “Carnaval Espetacular” foi o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba, Jorge Luiz Castanheira. Cada Escola de Samba do Grupo Especial no Rio espera receber até o mês que vem, pelo menos R$ 500 mil para começar a preparar o fascinante desfile. Uma festa maiúscula, para movimentar samba, encantamento, fascinação que acabarão em ressaca na Quarta-Feira de Cinzas. E as maracutaias?! Ora, as maracutaias!!! O Brasil deve continuar lindo!

*Jonalista