O novo depoimento do astro iluminado do PT, Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, está marcado para hoje, as 14 horas. O PT aproveita a curiosidade popular nacional para produzir uma reação política capaz de transmitir à massa popular a ideia de que Lula é vítima de acusações infundadas produzidas por políticos e aceitas por atores da Justiça e por conservadores para inviabilizar a candidatura do líder esquerdista à Presidência da República em 2008. Com esta intenção, ativistas do PT tentam reunir um número expressivo de militantes, perto de 5 mil pessoas, em Curitiba para apoiar e defender Lula. Para isto foram contratados ônibus em São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e interior do Paraná para transportar “guerreiros do povo para defensores de Lula. Desde ontem o PT veicula pela Televisão uma mensagem na qual afirma que Lula é vítima de acusações infundadas. A mensagem destaca que enquanto a Justiça, o Ministério Público e a Direita perseguem Lula, ele é abraçado nas ruas pelo povo como ocorreu recentemente no Nordeste. Em verdade, Lula responderá hoje à tarde ao Juiz Sérgio Moro, às acusações de corrupção e lavagem de dinheiro em relações com a empreiteira Odebrecht, ou a um “Pacto de Sangue”, segundo o ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci. Lula já foi condenado em primeira instância a mais de 9 anos de prisão e ainda responderá a outras acusações em Curitiba e em Brasília. Os dirigentes nacionais e estaduais do PT juram ajoelhados diante do altar da pátria que os processos contra Lula não passam de manobras para afastá-lo da disputa eleitoral nacional no ano que vem. E tem muita gente que acredita nessa manobra. Em segredo a cúpula do PT já trabalha para viabilizar outro nome para disputar a Presidência na próxima eleição. O indicado por Lula, Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, não é conhecido no Nordeste nem no Norte. Depois de Haddad, o nome em tela é o do ex-governador da Baia e ex-ministro da Defesa, Jacques Wagner. O PT continua em trnse.
*Jornalista
Sandra Meira Starling, (Belo Horizonte/MG, 16/01/1944), cientista política e uma das fundadoras do PT, mas hoje é ex-petista. Em 1982 foi candidata ao Governo de MG pelo PT. Em 1986 foi eleita deputada estadual e em 1990 deputada federal, sendo reeleita em 1994.
$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$Falar o quê?
Perplexa, indignada, envergonhada – assim assisto aos vídeos das declarações de Palocci ao juiz Moro.
E nem se diga que são parte de uma delação premiada.
Não são: podem vir a ser.
Dizem que ele foi um dos fundadores do PT.
Não me lembro de tê-lo visto naquelas primeiras reuniões nacionais das quais participei no final dos anos 70. Talvez o tenha visto em alguma convenção.
Dele soube com destaque pelos jornais, quando já prefeito de Ribeirão Preto/SP.
Daí a se tornar o todo-poderoso ministro da Fazenda do primeiro Governo Lula todo mundo já sabe de sua trajetória, desde a ascensão até a queda.
Diversas ocorrências – como o episódio da violação e divulgação da conta bancária de Francenildo Santos Costa, caseiro de uma então falada mansão no Lago Sul, por ordem de Palocci – levaram a revelações de um dos ramais de transações tenebrosas que se davam durante o primeiro Governo Lula.
Houve até, alguns ainda poderão se lembrar disso, cenas de ciúme explícito, envolvendo suposto e rumoroso triângulo amoroso entre o ministro da Fazenda e um antigo assessor dos tempos de Ribeirão Preto.
Eu havia sido defenestrada da Secretaria Executiva do Ministério do Trabalho e Emprego por razões que até hoje desconheço e, por ironia do destino, fui, depois, levada a acompanhar a famosa CPI dos Bingos, também conhecida como “a CPI do Fim do Mundo”, na qual essas coisas vieram à tona.
Pode ser que Palocci não consiga apresentar provas documentais, ou ser endossado no que afirma por algum outro personagem, mas o estrago está feito.
Para Lula e para Dilma Rousseff, o que pode vir a sobrar é ficar o restante de suas vidas desmentindo e, o que é pior, tentar desconstruir alguém que fora antes, sobretudo por Lula, endeusado e considerado predileto para sua própria sucessão.
A favor de Dilma ainda resta o fato de, em 2011, em seu período de “faxineira”, ter exonerado Palocci do posto de chefe da Casa Civil, depois de denúncias de enriquecimento sem causa.
Parece que uma era se encerrou.
Sinto que nós, que fomos candidatos vendendo broches de estrelinhas e passando o chapéu na família, entre amigos, vendendo camisetas, fazendo rifas, não temos o que falar…
Nós, que deixávamos em casa os filhos, maridos ou esposas para percorrer os quatro cantos deste país levando a utopia de algo que seria diferente de tudo que havia e ainda há por aí, estamos calados, caindo pelas tabelas, como diz a canção.
Morreu conosco a crença de que juntos poderíamos vencer a opressão e a exploração. As novas gerações terão de buscar outros caminhos, e oxalá sejam mais felizes.
Amanheço com a boca amarga que sempre foi a marca dos vencidos.
Usarei a palavra escrita e falada para contar como foram os anos em que acreditamos estar construindo um Brasil socialista e democrático: justo, libertário e solidário para todos os brasileiros.
Oxalá muitos me ouçam, e consigam juntar os pedaços que vivi com os pedaços que outros viveram, e logrem reavivar crenças e esperanças.
Estarei junto.
E agora, Lula? (Paulo César de Oliveira, jornalista e empresário)
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Estariam derretendo os pés de barro do Lula?
Seriam mesmo de barro seus pés ou, ao contrário do que se pensa hoje, ele é uma liderança real, de pés firmes, bem fincados entre o povo, e que, por isso, não corre riscos de desmoronar com os novos fatos que fizeram a crise política voltar a mexer com nossa população?
O povo já andava cansado de muita conversa, muito foguete molhado que se tentava transformar em bomba de grande efeito.
O depoimento – lembre-se de que ainda não é a delação – do ex-ministro dos Governos Lula/Dilma Antônio Palocci tem potencial para ser a bomba que pode detonar o, aparentemente, já cambaleante ex-presidente da República.
Muito mais do que efeitos jurídicos, as revelações de Palocci já geraram enormes abalos na base lulista.
O que todas as revelações anteriores a respeito da postura pessoal e política do ex-presidente – apontado por ex- seguidores, biógrafos, historiadores e mesmo jornalistas como colaborador do regime militar, acusado de receber propinas de empresas para evitar greves, se relacionar muito bem com as elites e manipular os pobres – não tinham conseguido fazer, as descobertas da Lava Jato vão produzindo o efeito de corroer a imagem do ex-líder sindical, especialmente junto à classe média, seu sustentáculo político.
O discurso de quem sabe, habilmente, hipnotizar as massas já não atrai e não convence, a não ser, claro, os doutrinados.
Lula encerrou agora uma rodada pelos Estados do Nordeste, evitando as capitais, concentrando sua presença nas cidades menores, onde qualquer um, e ele muito mais, é atração.
Não fez uma viagem de campanha, como tentar vender o Partido dos Trabalhadores.
Lula tentou escrever uma peça em sua defesa, se apresentando como alguém que está sendo perseguido por sua liderança política, certamente, vencedora em 2018.
O depoimento de Palocci neutraliza essa estratégia.
A delação que o ex-ministro está negociando pode ser a pá de cal na carreira do nordestino, que tem sim algo de gênio na Política.
O que assusta os petistas são os efeitos mais imediatos que as revelações de Palocci possam ter sobre os processos que estão nas mãos do juiz Sérgio Moro, em especial o do sítio de Atibaia/SP.
Lula e os petistas sabem que as novas revelações fragilizam, e muito, sua posição política, aumentando as chances de uma nova condenação.
Há o consenso de que, agora, Moro tem todas as condições de proferir uma sentença de condenação, que se dá como certa.
Condenado uma segunda vez, Lula vê aumentar as chances de um pedido de prisão, que, dependendo do efeito Palocci, não causará comoção.
Uma segunda condenação, mesmo que não o leve para a prisão, com certeza inviabiliza sua candidatura, pois torna praticamente certa sua colocação no rol dos fichas-sujas em Segunda Instância.
E isso será fatal para o PT, que não se preparou para uma era pós-Lula.
Esqueceram, na idolatria, até que ele é mortal.
Ciro Gomes (PDT-AL)
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Coloco os mais de R$ 51 milhões encontrados pela Polícia Federal em um apartamento ligado a Geddel Vieira Lima, em Salvador/BA, na conta dos ex-presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
O depoimento de Antônio Palocci, ex-braço-direito de Lula, derruba a narrativa de perseguição sustentada pelo PT.
É uma pancada muito forte, porque fere o centro da narrativa de Lula e do PT, de que há um inimigo externo promovendo, via judicial, uma perseguição injusta contra o partido.
Na medida em que o braço-direito de Lula faz isso que fez, fica muito difícil sustentar essa narrativa.
Mesmo que se prove a inocência de Lula perante as denúncias, o ex-presidente não deve se furtar da responsabilidade política pelas nomeações, que fez tanto em seu Governo quanto no de sua sucessora.
Quem nomeou Palocci a vida inteira foi Lula.
Essa montanha de dinheiro que descobriram no apartamento do Geddel Vieira Lima foi roubado do povo brasileiro durante os Governos Lula e Dilma, porque Lula nomeou Geddel ministro da Integração Nacional.
Dilma nomeou Geddel vice-presidente da Caixa Econômica Federal.
Quem botou Michel Temer como chefe de quadrilha na linha de sucessão de Dilma, com o meu protesto privado e público, foi o Lula.
Então, é uma responsabilidade política da qual ele não pode se afastar.
Nestor Martins Amaral Júnior
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Após o depoimento de Palocci, como fica o discurso de Lula como perseguido político?
A bomba de Palocci teria sido “fogo amigo”?
Vamos ver como Lula se sairá do encontro de hoje com Moro.
A luz da estrela do PT sempre foi uma farsa.
Coloca em cheque a inteligência dos que se deixaram guiar por ela.
Não viram o falsário Lula por trás daquela figura disforme repugnante, bravateira e mentirosa.
O preço da corrupção é a morte do miserável.
É a perpetuação da miséria.
Programa social?
Ah, sim…
Joesley é o cara (?) [Luiz Alberto de Castro Tito (Luiz Tito) – jornalista, diretor executivo na VP INTERMEDIAÇÃO DE NEGÓCIOS, vice-presidente do jornal “O Tempo”]
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Era, felizmente, porque foi essa figura que comprou, durante anos, com nosso dinheiro, mais de 1.800 políticos em todo o Brasil, que a seu juízo poderiam favorecê-lo em sua obstinação de acumular poder e fortuna a qualquer preço, preferencialmente o da corrupção.
Esse foi sempre seu caminho predileto, sempre também pavimentado pelo ganho fácil com menor trabalho.
Dele e dos que o ajudaram.
As últimas revelações publicadas das ações da Polícia Federal, do Ministério Público e do Judiciário, iniciadas em Curitiba, e ampliadas para todo o país, são, antes de mais nada, a certeza de que o Brasil se tornou um Paraguai, justiça seja feita, apenas nas coisas ruins, para não ofender o país vizinho.
Assistimos ao depoimento do ex-ministro Antônio Palocci, segundo o próprio, um pequeno capítulo de um livro histórico de corrupção em quase todos os atos dos Governos Lula e Dilma Rousseff.
Não digo que esse foi o momento da instalação da corrupção no Brasil, mas trata-se do período que ele, Palocci, conheceu e usou, em detalhes de tais artifícios.
A corrupção no Brasil data de décadas (Geddel Vieira Lima ainda tomava Toddynho dos outros), em maior ou menor valor, mas atualmente ela está medida em número de malas e caixas (mais de R$ 51 milhões em reais e dólares), tal o descaramento que vige em todas as instâncias de Poder. Melhor, dos Poderes da República.
No caso narrado por Palocci, era dinheiro para tudo, até para o ascensorista que se ocupasse de levar entregadores ao terceiro andar do Palácio do Planalto.
Somas fabulosas de dinheiro, pagas para remunerar liberações de empréstimos no BNDES, para fraudar medições e contratos nas estatais de energia, na Petrobras, nos bancos oficiais, onde houvesse o que furtar.
A apreensão de recursos em contas nos paraísos fiscais, na conversão de patrimônios comprovadamente adquiridos ilegalmente, ou a devolução espontânea de dinheiro feita por interessados em aliviar suas penas já montam a quase R$ 7 BILHÕES.
Se tal soma se refere ao que a pressão do Judiciário conseguiu reunir, podemos imaginar o que ainda se acha enrustido em apartamentos Brasil afora, sítios, fazendas e imóveis escriturados em valores subfaturados, em contas ainda não descobertas, em ajudas a eventos festivos de fundações realizados em Portugal, em empréstimos fajutos que dispensam contratos, notas promissórias ou outros instrumentos de garantia.
É por essas razões e pelas que ainda vamos conhecer – todos nós temos certeza – que o artigo publicado neste mesmo espaço na última semana defendeu a imediata privatização de tudo que neste país ainda é patrimônio público.
Tudo e rapidamente, para vermos ainda sobrar alguma coisa no caixa do Tesouro, para não nos transformarmos definitivamente numa geração de indignados, com o assalto permanente ao patrimônio público sem que possamos apenas assistir a tais descalabros.
Para vermos na cadeia, que é onde devem morrer, os Odebrecht, os Joesleys Batistas, os Sauds e outros milhares aos quais ainda não chegou a mão da Justiça.
Mas chegará, esperamos.
Nestor Martins Amaral Júnior
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Geddel Vieira Lima, amigão de Temer, ex-ministro de Lula, e nomeado a cargo executivo na Caixa Econômica Federal no Governo Dilma, antes tomava Toddynho dos outros.
Hoje ele toma tudinho.
Se ele, como pau mandado, rouba o que até agora estamos sabendo (mais de R$ 51.000.000,00), imagine aqueles que nele mandam.
Há reformas que deem jeito nisso?
Impossível.
Temos que passar a régua e começar do zero.
Privatizar tudo quanto for de interesse da iniciativa privada.
Rever a Constituição, e desatar os nós que asseguram “direitos” injustificáveis do corporativismo e atravancam o país, a ponto de torná-lo ingovernável.
O caminho seria o do “Benchmarking”.
O preço dos altos salários, mordomias e corrupção dos escalões dos Três Poderes é a morte do miserável e a perpetuação da miséria.
O Brasil parece fadado ao insucesso.
Nos momentos de possíveis saltos no desenvolvimento, elege toupeiras para governá-lo.
Foi assim com Dutra no pós-guerra, Sarney no pós-militarismo e agora Lula, Dilma e Temer nos anos dourados das commodities, inclusive pré-sal.
Como justificar essa cruel recessão?
Lula 2018? Brincadeira de péssimo gosto!
Ele deve explicações ao País, à Justiça e à História.