“Le Brésil n’est pas un pays sérieux”. Em tradução livre: ”O Brasil não é um país sério”. Esta frase, atribuída ao general francês Charles de Gaulle quando foi presidente da França tem sido, ao longo de várias décadas, divulgada no Brasil em momentos de crise ou de besteirol político retumbante. O estadista francês teria feito o comentário sobre o Brasil, depois de uma audiência para discutir efeitos diplomáticos da chamada “Guerra da Lagosta” travada no Atlântico Sul entre navios da Marinha do Brasil e barcos de pescadores franceses. A razão da contenda nunca foi explicada racionalmente, razão porque prevaleceu por muitos anos a versão que serve para retratar ocorrências irracionais como a que ocorre no Congresso do Brasil antes de cada eleição para discutir reforma política. Amanhã, terça-feira, uma Proposta de Emenda Parlamentar (PEC) apresentada para promover uma reforma política ou da legislação eleitoral deverá entrar na pauta de votações na Câmara Federal. Na PEC, um dos temas em destaca é a alteração das regras de coligações partidárias para disputar eleições. No entanto, o principal assunto para os deputados é a criação de um Fundo Público com R$ 3,6 bilhões para financiar as próximas eleições. Ainda não há consenso sobre a reforma e amanhã saberemos se este assunto será mais uma ver empurrado para a próxima eleição. Arriscamos dizer que a tão comentada reforma política brasileira não passe de um engodo monumental e os ensaios não passam de iniciativas para aprovar facilidades que ajudem a reeleger quem já tem mandato. Fiquem de olhos abertos amanhã na pauta de votações da Câmara dos Deputados.
*Jornalista