Não é novidade: a grande maioria dos políticos em Brasília e alguns representantes dos poderes Executivo e Judiciário também lotados naquela capital, já foram ou passaram a ser contestados pela mentalidade crítica tupiniquim. Não podem agradar a todos e não devem dizer tudo o que sabem. Alguns deles falam mais do que deveriam e outros esmeram em reverencias a alguns que temem. Um presidente de determinado poder insiste em algo, outras vezes abandona suas próprias convicções; um discorre de ideias aparentemente contrárias de outro presidente que, por sua vez, sente-se constrangido de ser contrariado por algum colega de outro poder. A verdade para alguns representantes dessas grandes e complexas estruturas é sintética, para outros é complexa. A imprensa registra que um dos poderes insiste, um outro resiste e um terceiro, impassível, assiste e aguarda (o que, ninguém sabe). Alguns membros de algum dos poderes sentem-se injustamente observados pelo presidente de um outro poder, enquanto a conduta de membros dos poderes do legislativo e do executivo é analisada por algum representante do poder judiciário. E nós, meros cidadãos, entretanto poderosos financistas do estado brasileiro, perguntamos: onde, quando, quem e/ou o que faria a reconciliação entre aqueles três poderes e para o bem de toda a nossa nação? Já ouvi dizer que a presidenta do superior Tribunal Federal é uma grande reconciliadora, fala a todos e por todos é respeitada enquanto pronuncia uma linguagem que todos entendem, isso porque os demais juízes não creem muito em outros que não a entendem e, para dizer a verdade, nem em determinados representantes do Congresso e do Palácio do Planalto ela crê. Francamente….É certo que cada um deles se tem preocupado muito, muito mesmo, não só com as funções que exercem ( emendas à Constituição, projetos de lei ordinária e complementar, projetos de códigos, projetos sujeitos ao rito terminativo, projetos em regime de urgência constitutional, projetos de decreto legislativo e resoluções, atos internacionais, ainda decoram prazos e aprendem o que é substitutivo, parecer, destaque e relatoria) mas, também, com aquilo que a sociedade diz a respeito deles (ladrões, safados, caras-de-pau….) e principalmente com aqueles que fazem parte do poderosíssimo quarto poder(a imprensa)! Mesmo considerando-se toda a barafunda de acontecimentos em Brasília e a notória falta de credibilidade e de autoridade sentida nos mais altos escalões dos três poderes, é notório o conformismo de grande parte dos brasileiros e ao ponto de levarmos uma vida corajosa, abnegada e coerente aos princípios democráticos sem, entretanto, usarmos do direito de alardear lucidamente ao mundo que, iguais aos venezuelanos, também temos sentimentos com sabedoria e força suficiente para reclamar do comportamento daqueles que afrontam a nossa inteligência e professam princípios e sistemas estranhos à nossa vontade, aos nossos desejos e a tudo aquilo que o pensador francês, Montesquieu, um dia caracterizou como Republica. Pacificamente, sempre, precisamos remover escândalos, cinismos, zangas, sinistros, iras, sanhas e quem atua contra o Brasil usando de recursos da nossa pátria para enriquecer-se ilicitamente, prejudicando o atendimento à saúde e à educação e relegando a planos inferiores o suprimento de recursos à segurança pública. Feito isso nós, tupiniquins, mostraríamos ideias e ações libertadoras acentuadamente democráticas da nossa grande taba, com total respaldo nas Nações Unidas a passaríamos a agir, de fato, para fazer essa nação retomar aquilo que sabia fazer e bem pelas mãos de dezenas de milhões de trabalhadores: o progresso, com ordem. E eu não poderia terminar esta crônica de hoje sem citar os seguintes versos de Caetano Veloso: “enquanto os homens exercem seus podres poderes, índios e padres, bichas e padres, negros, mulheres e adolescentes fazem o carnaval”.
*Agente Social em Uberlândia(MG)
Após o juiz do STF Gilmar Mendes liberar da cadeia os marginais José Dirceu, Eike Batista e aqueles seus dois amigos do Rio de Janeiro (rei do ônibus e comparsa), infelizmente temos que constatar que há algo de errado no reino do Judiciário. Principalmente após o mesmo juiz federal Gilmar Mendes comandar o julgamento da chapa Dilma/Temer no Tribunal Superior Eleitoral, e influenciar no placar dos outros três juízes do TSE (4 X 3), achando que eram totalmente inocentes (mesmo com o acúmulo de provas). Sem contar que se reuniu à noite com Michel Temer no Palácio do Jaburu, fora da agenda presidencial, a quem, coincidentemente, estaria julgando dias depois no TSE.
O ministro do STF Gilmar Mendes não se declarou impedido no caso de Eike Batista, alegando que o escritório do qual sua mulher é sócia não atuou no processo, e que a banca do advogado só atua em processos civis do empresário. Eike é representado em outros processos pelo escritório de Sérgio Bermudes, que tem entre seus sócios Guiomar Mendes, esposa de Gilmar. Argumento semelhante foi utilizado por Gilmar ao libertar, por duas vezes, Jacob Barata Filho, o “rei dos ônibus” no Rio, preso na Operação Lava Jato, mesmo sendo padrinho de casamento da filha deste empresário. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ofício ao Supremo para que Gilmar seja declarado impedido de relatar o habeas corpus (pedido de liberdade) do empresário Eike Batista, solto por força de uma decisão liminar (provisória) expedida pelo ministro. Janot solicitou, ainda, que fosse anulada a decisão do ministro de libertar Eike. Se, efetivamente, o STF almejar recuperar minimamente sua imagem como instituição deve enquadrar Gilmar Mendes, e aplicar-lhe um corretivo legal. Veremos se tem reserva moral para atuar com firmeza.