Gustavo Hoffay*

Não é novidade: a grande maioria dos políticos em Brasília e alguns representantes dos poderes Executivo e Judiciário também lotados naquela capital, já foram ou passaram a ser contestados pela mentalidade crítica tupiniquim. Não podem agradar a todos e não devem dizer tudo o que sabem. Alguns deles falam mais do que deveriam e outros esmeram em reverencias a alguns que temem. Um presidente de determinado poder insiste em algo, outras vezes abandona suas próprias convicções; um discorre de ideias aparentemente contrárias de outro presidente que, por sua vez, sente-se constrangido de ser contrariado por algum colega de outro poder. A verdade para alguns representantes dessas grandes e complexas estruturas é sintética, para outros é complexa. A imprensa registra que um dos poderes insiste, um outro resiste e um terceiro, impassível, assiste e aguarda (o que, ninguém sabe). Alguns membros de algum dos poderes sentem-se injustamente observados pelo presidente de um outro poder, enquanto a conduta de membros dos poderes do legislativo e do executivo é analisada por algum representante do poder judiciário. E nós, meros cidadãos, entretanto poderosos financistas do estado brasileiro, perguntamos: onde, quando, quem e/ou o que faria a reconciliação entre aqueles três poderes e para o bem de toda a nossa nação? Já ouvi dizer que a presidenta do superior Tribunal Federal é uma grande reconciliadora, fala a todos e por todos é respeitada enquanto pronuncia uma linguagem que todos entendem, isso porque os demais juízes não creem muito em outros que não a entendem e, para dizer a verdade, nem em determinados representantes do Congresso e do Palácio do Planalto ela crê. Francamente….É certo que cada um deles se tem preocupado muito, muito mesmo, não só com as funções que exercem ( emendas à Constituição, projetos de lei ordinária e complementar, projetos de códigos, projetos sujeitos ao rito terminativo, projetos em regime de urgência constitutional, projetos de decreto legislativo e resoluções, atos internacionais, ainda decoram prazos e aprendem o que é substitutivo, parecer, destaque e relatoria) mas, também, com aquilo que a sociedade diz a respeito deles (ladrões, safados, caras-de-pau….) e principalmente com aqueles que fazem parte do poderosíssimo quarto poder(a imprensa)! Mesmo considerando-se toda a barafunda de acontecimentos em Brasília e a notória falta de credibilidade e de autoridade sentida nos mais altos escalões dos três poderes, é notório o conformismo de grande parte dos brasileiros e ao ponto de levarmos uma vida corajosa, abnegada e coerente aos princípios democráticos sem, entretanto, usarmos do direito de alardear lucidamente ao mundo que, iguais aos venezuelanos, também temos sentimentos com sabedoria e força suficiente para reclamar do comportamento daqueles que afrontam a nossa inteligência e professam princípios e sistemas estranhos à nossa vontade, aos nossos desejos e a tudo aquilo que o pensador francês, Montesquieu, um dia caracterizou como Republica. Pacificamente, sempre, precisamos remover escândalos, cinismos, zangas, sinistros, iras, sanhas e quem atua contra o Brasil usando de recursos da nossa pátria para enriquecer-se ilicitamente, prejudicando o atendimento à saúde e à educação e relegando a planos inferiores o suprimento de recursos à segurança pública. Feito isso nós, tupiniquins, mostraríamos ideias e ações libertadoras acentuadamente democráticas da nossa grande taba, com total respaldo nas Nações Unidas a passaríamos a agir, de fato, para fazer essa nação retomar aquilo que sabia fazer e bem pelas mãos de dezenas de milhões de trabalhadores: o progresso, com ordem. E eu não poderia terminar esta crônica de hoje sem citar os seguintes versos de Caetano Veloso: “enquanto os homens exercem seus podres poderes, índios e padres, bichas e padres, negros, mulheres e adolescentes fazem o carnaval”.

*Agente Social em Uberlândia(MG)