Quase que diariamente leio as informações publicadas pelo Boletim Diário da Câmara dos Deputados do Brasil. É rotina enfadonha onde novidades são raras, Na semana que passou li mais uma informação rotineira estampada sob um título pomposo” “Congresso cria CPI Mista (CPMI) para investigar contratos do BNDES com a JBS”. O texto, sem novidade, revela que “a CPMI vai investigar as operações realizadas entre a empresa JBS e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) e também será objeto de investigação a delação premiada assinada entre os executivos da empresa, com destaque para Joseley Batista e o Ministério Público”. O autor do requerimento aprovado, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) disse que “deputados e senadores vão buscar transparência”. O ilustre senador não explicou o que quis dizer por “transparência”, razão porque fica a dúvida: essa Comissão vai ser pra valer ou será mais uma encenação como tantas outras? Num Congresso com mais de uma centena de parlamentares acusados de terem recebido “bondades” repassadas pela JBS que cresceu com apoio do BNDES, que fatos novos revelará uma CPI do Congresso, além do óbvio ululante como diria o mestre Stanislau Ponte Preta (Sérgio Porto)? A nota do Boletim da Câmara faz uma revelação surpreendente: “O pedido de criação da CPMI destaca que o grupo JBS tem sido alvo de diversas ações da Polícia Federal e da Justiça, sendo também um dos beneficiários de empréstimos do BNDES”. Antes de iniciar as investigações a CPMI precisa ser instalada com a eleição do presidente e designação do relator. Essa Comissão será instalada algum, dia? Que parlamentar (deputado o senador) aceitará ser o relator? Essa Comissão parece piada de cabo de esquadra.
*Jornalista
O corporativismo é terrivelmente forte nas instituições.
Como houve um furacão de críticas ao magistrado, que liberou aquele doente que ejaculou numa passageira dentro do ônibus, os “amiguinhos” do juiz que o liberou vieram posteriormente à Mídia para elogiá-lo sobre a esdrúxula decisão, e isto é prova cabal do corporativismo.
Se um juiz não tem poder de internar este molestador doente, quem terá?
Inclusive, o melancólico Gilmar Mendes nem receberá carta de advertência da Cármen Lúcia (impeachment) por ter libertado aqueles marginais amiguinhos dele do Rio de Janeiro/RJ, porque os demais juízes do STF não querem se comprometer, pois abrirão precedente, e também assim pode sobrar para vários deles, pelas decisões estapafúrdias que já tomaram ao longo dos anos.
Corregedoria para magistrados? Não existe neste país, infelizmente.