Ivan Santos*

Viver no Brasil neste momento não está fácil para a maioria de viventes humanos entre os quais 14 milhões de trabalhadores economicamente ativos que estão desempregadas e sem renda gerada pelo trabalho. O jornal Valor Econômico de hoje revela que “no segundo trimestre deste ano, o Brasil tinha 15,2 milhões de lares onde ninguém trabalhava, 2,8 milhões s mais do que no mesmo período de 2014”. Uma pesquisa encomendada pelo mesmo jornal paulista indica que há hoje no Brasil 60 milhões de pessoas adultas sadias que não trabalham nem procuram emprego. Não é possível acreditar que um presidente eleito pelo povo tenha capacidade de resolver este problema apenas com vontade política ou porque foi eleito por votos diretos da população. O Brasil precisa passar por mudanças drásticas no modelo administrativo e na organização social. Para isto são necessárias reformas estruturais sérias e realistas. Diante de um quadro social desolador, uma tímida reforma estrutural como a proposta pelo presidente Michel Temer empaca no Congresso repleto de populistas. Reformas como a da Previdência, Fiscal e Tributária, Social, Política e Administrativa que reduza privilégios encontram mil barreiras e reações contrárias imprevisíveis. Diante dessa dura realidade, alguém acredita que um presidente eleito em 2018 e com a ambição natural de candidatar-se à reeleição quatro anos após a posse, proporá reformas impopulares que dificilmente serão digeridas pela maioria da população nacional? Um presidente eleito proporá a privatização de empresas estatais como as do complexo da Eletrobrás? Proporá a privatização da Petrobrás, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica mesmo sabendo que empresas estatais são instituições vistas por políticos aliados como espaços a serem ocupados por companheiros de caçadas de votos interessados em locupletação? É impressionante nossa dura realidade. Hoje, no Brasil, só um presidente com popularidade baixa como Michel Temer e sem possibilidade de se candidatar à reeleição poderá ter coragem política para propor reformas impopulares e um programa integral de privatizações de empresas estatais para modernizar o Brasil e promover justiça social sem assistencialismo. Não será fácil para o futuro governante a ser eleito em 2018 enfrentar políticos que só pensam nos próprios interesses, sindicatos gananciosos que cultivam a cultura do jeitinho brasileiro e partidos negocistas acostumados a mamar nas tetas de vacas barrosas. Se Deus, realmente, é brasileiro que tenha piedade do povo deste País.

*Jornalista