Ascom/UFU

Relatório vai subsidiar ações de apoio durante atividades remotas e de acolhimento aos estudantes, após período de isolamento social
Tristeza, ansiedade, medo, irritação, preocupação, inquietação e indisposição para atividades diárias compõem a tendência de sentimentos que acometem 82% dos entrevistados, em intensidade moderada e alta, durante o período de isolamento social, em decorrência da pandemia da Covid-19. Com a premissa de que o conhecimento das diferentes realidades possibilita planejar de forma adequada e aprimorar ações educacionais e assistenciais, pesquisadores da Escola Técnica de Saúde da Universidade Federal de Uberlândia (Estes/UFU) realizaram um levantamento sobre as condições dos seus estudantes quanto ao enfrentamento das consequências da pandemia.
A pesquisa foi realizada entre os dias 22 de junho e 16 de julho, por meio de entrevistas semiestruturadas, em formulário on-line, disponibilizado aos estudantes no sítio eletrônico da Estes. Dos 396 estudantes regularmente matriculados no primeiro semestre de 2020 na instituição, 256 (64,6%) responderam às questões, que abordavam temas como: fontes de informação, recursos tecnológicos, ações de prevenção, medidas de isolamento social, atividades de trabalho, presença ou não de sintomas da doença na família, percepção de risco durante e após a pandemia e sentimentos. Estas são consideradas pelos pesquisadores como questões-chave para o diagnóstico da realidade estudantil durante este período de pandemia, refletindo na saúde mental, bem como em relações familiares, sociais e comunitárias.

Laboratório do curso técnico em Análises Clínicas. localizado no Campus Umuarama. (Foto: Arquivo Estes)
Segundo a coordenadora da pesquisa, Juliana P. S. Faquim, professora do curso técnico em Saúde Bucal da Estes – e que possui doutorado em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade do Estado de São Paulo (FSP/USP) -, além de orientar o planejamento de ações, os resultados deste trabalho têm impacto positivo na criação e proposição de estratégias e intervenções para apoiar os estudantes durante o enfrentamento da crise, assim como na qualidade do acolhimento dos alunos da Estes na fase pós-pandemia.
Ações de apoio aos estudantes durante o Período Letivo Especial – com atividades remotas – e ações de acolhimento, após a pandemia, poderão se fundamentar, respectivamente, dentre outros indicadores obtidos com a pesquisa, no fato de que, em relação aos recursos tecnológicos, 25,8% (65 entrevistas) não possuem computador ou notebook e 7,9% (20) não têm acesso à internet banda larga em sua casa. Outra constatação importante: 54,9% (138) dos estudantes que responderam à pesquisa tiveram renda diminuída durante estes meses de luta contra a doença causada pelo novo coronavírus.

O texto apresenta relatos espontâneos de respondentes (não identificados) sobre suas percepções sobre o ensino por intermédio de atividades remotas, pedidos de apoio financeiro, reconhecimento e agradecimentos pela iniciativa da pesquisa como forma de subsídio às ações administrativas, dentre outas manifestações.
Em um “ano atípico, de condições atípicas e com processo ensino-aprendizagem atípico”, como relatam os autores da pesquisa, o relatório do “Levantamento das situações dos estudantes da Escola Técnica de Saúde da Universidade Federal de Uberlândia durante a pandemia/Covid-19”, de modo inovador, criativo e cientificamente esclarecedor, surge como caminho seguro para conjugar “conectividade, solidariedade, proximidade, vulnerabilidade e criatividade” no caminho à superação da Covid-19 e de outras mazelas da sociedade atual.