Pesquisa sobre doenças cardiovasculares já está disponível para acesso de docentes e técnicas administrativas da Universidade Federal de Uberlândia

Mulheres apresentam fatores de risco específicos para doenças cardiovasculares. (Fotos: Alexandre Costa)

Fisioterapia UFU

A influência das medidas de isolamento social sobre os fatores de risco para saúde cardiovascular é o tema central de novo questionário voltado para mulheres docentes e técnicas administrativas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O objetivo é entender a relação da população de estudo com as causas para doença arterial coronariana, a partir de dados antropométricos, psicossociais e de atividade física coletados por meio de questionário, que já está aberto à participação.
Erica Carolina Campos é professora na Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (Faefi/UFU) e responsável pela pesquisa “Influência das medidas de isolamento social na pandemia de Covid-19 nos fatores de risco cardiovasculares de mulheres docentes e técnicas administrativas da Universidade Federal de Uberlândia”. O projeto surgiu a partir de estudos prévios da doença cardiovascular nas mulheres, que apresentam fatores de risco específicos como hipertensão gestacional, aspectos hormonais e câncer de mama.
A expectativa, segundo Campos, é auxiliar a população feminina no cuidado cardiovascular preventivo no momento de pandemia. “A escolha pelas servidoras da UFU se dá até pelo motivo de ter percebido essa sobrecarga do ponto de vista pessoal, dentro de minha casa, e ouvindo relatos de mulheres próximas que também estão no ambiente universitário”, explica a docente.

Período de pandemia teve maior número de mortes por doença cardiovascular em Minas Gerais, segundo pesquisa da UFU
Todo indivíduo com 60 anos ou mais faz parte do grupo de risco para o coronavírus. Conforme o Anuário de 2018 da Diretoria de Planejamento (DIRP) e da Divisão de Apoio ao Planejamento Institucional (Diapi) da UFU, 16% dos técnicos administrativos têm acima de 59 anos e 58% são do sexo feminino. Já no campo da docência do ensino superior são 25% acima dos 62 anos e 44% de mulheres.
As doenças cardiovasculares representam a principal causa de mortalidade no Brasil e no mundo. Em 2017, foram 300 mil mortes associadas a doenças do aparelho circulatório, sendo que 170 mil destas vítimas eram do sexo feminino, de acordo com o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). Em pesquisa da Faculdade de Medicina (Famed/UFU), tema de reportagem no Comunica UFU, foi constatado que as mortes por doenças respiratórias e cardiovasculares ocorridas em casa e em hospitais, de 1º de janeiro a 6 de junho, aumentaram em relação ao ano anterior no estado de Minas.
Para Campos, o cenário pandêmico adicionou um obstáculo ao atendimento hospitalar e à prática de exercício físico, o que contribui com o cultivo de fatores de risco, como o sedentarismo e as dietas inadequadas, para doenças crônicas não transmissíveis. “Gostaríamos de entender o impacto que as medidas de isolamento social provocaram sobre o autocuidado cardiovascular dessas mulheres, dados os impactos psicossociais e socioculturais”, comenta.

Estudo apresentará aspectos tanto quantitativos quanto qualitativos das servidoras da UFU. (Arte: Divulgação)
Após o término deste estudo, a depender dos resultados que serão divulgados no próximo ano, é considerado o desenvolvimento de um novo projeto visando a atender as necessidades encontradas. “Uma vez coletados e analisados, esses dados permitirão a elaboração de propostas de prevenção primária que atendam esse público e que estimulem o cuidado cardiovascular”, afirma Campos.
De acordo com a análise estatística, realizada previamente, serão necessárias 394 docentes mulheres e 543 técnicas administrativas para definição das prevalências do estudo. As servidoras receberão o link da pesquisa via e-mail-convite e também poderão responder o questionário clicando AQUI.

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