Ivan Santos*

A coordenação política do governo do presidente Capitão Bolsonaro, comandada por generais treinados para a guerra convencional, tem perdido importantes batalhas políticas na Câmara Federal. Recentemente o governo foi obrigado a engolir uma derrota maiúscula numa batalha decisiva para votar o Fundeb, um programa de financiamento para a Educação Fundamental. O general civil Rodrigo Maia, detestado pelos apoiadores do presidente, articulou ações nos bastidores políticos e derrotou o Governo que não queria o Fundeb como foi aprovado.

Além da batalha pelo Fundeb, os generais coordenadores políticos do governo sofreram recentemente outra derrota política. Por ordem do Capitão comandante em chefe, os generais do Palácio do Planalto apoiaram antes do tempo o líder do Centrão na Câmara, deputado Arthur Lira (PP), líder do Centrão, para sucessor de Rodrigo Maia (DEM), na presidência da Câmara, a partir de fevereiro do ano que vem. O Centrão é o Grupo Político formado por vários partidos que apoia o governo do Mito. O apoio do Planalto a Arthur Lira foi sem conversar com o general civil Rodrigo Maia.

Nos bastidores, o astuto e experiente Rodrigo Maia trabalhou e começou a desmontar o Centrão. Consegui, com promessas de participação na futura Mesa Diretora da Câmara, retirar do Blocão que apoia o Governo, dois partidos importantes: o MDB e o DEM. Resultado: a Base que apoia o Palácio do Planalto, que tinha 221 apoiadores, ficou com apenas 172. O presidente Mito precisa contar com, pelo menos, um terço dos votos mais um (172) na Câmara para evitar um “impeachment”. O presidente está sem cobertura segura na Câmara.

No passado recente, um iluminado político mineiro – José Maria Alckmin – raposa do extinto PSD, disse que “política não é para amadores nem para bem-intencionados iluminados”. Falou com sabedoria.

*Jornalista