Ivan Santos*

Muita gente no Brasil ainda não se deu conta que a Pandemia do Coronavírus já produziu no Brasil uma crise na economia muito mais grave do que a da grande recessão de 1929.

No Brasil, a Pandemia chegou no momento em que a economia nacional acabara de sair da recessão dos anos 2015 e 2016. Para enfrentar a desorganização econômico-social que hoje enfrentamos, segundo abalizados analistas do mercado, não basta criar planos de distribuição temporária de renda. É preciso reorganização o Estado Nacional com reformas entre as quais a política, administrativa, tributária e criar novo Pacto entre os entes federados. O velho modelo que vigora no Brasil desde a proclamação da República está em crise. Reformular a organização política e social no Brasil atual não é tarefa a ser conduzida com êxito por políticos ideológicos medíocres. É missão para estadistas e hoje, esse tipo de gente existe, mas está fora dos centros de decisões políticas.

Não se vê hoje no governo federal projetos sólidos para reorganizar a Saúde, a Educação ou a Segurança Pública depois da quarentena instalada para enfrentar a crise sanitária causada pelo Covid 19. Quando for suspenso o isolamento social haverá no Brasil cerca de 20 milhões de pessoas desempregadas, mais de 30 milhões de desalentados, 80 milhões de endividados e um número ainda não previsto de pequenas e micro empresas fechadas por falta de capital de giro e de consumidores. Também o público, com recursos reduzidos e medo do futuro, não sabe como se comportará.

Não há clima neste momento para os políticos da oposição ou da situação se ocuparem com discussões ideológicas que envolvam questões da esquerda ou da direita. As discussões deverão ser em torno da sobrevivência. É hora de limpar destroços deixados pelo Coronavírus. Depois do vendaval não cabem discussões de politiqueiros da politicagem. Os brasileiros sensatos não querem ver atentados contra a democracia nem desejam assistir à deposição do chefe do governo. O que todos os cidadãos sensatos querem é que o presidente, legitimamente eleito, assuma a liderança no governo e perceba que ele deve governar para todos e não para um grupo que o apoia incondicionalmente. O chefe de um governo democrático não é chefe de facção.

*Jornalista