Ivan Santos*

Levantamos, recentemente neste espaço o tema da extinção dos zoológicos no Brasil porque o assunto está em discussão no mundo civilizado. No ano passado milhares de cidadãos independentes desfilaram por ruas de grandes cidades nos Estados Unidos da América do Norte com denúncias contra o confinamento de animais em zoológicos. O slogan da campanha foi “CRUELDADE NUNCA MAIS”! A essência da ação proclamou que “nenhum animal, doméstico ou selvagem pode ser eticamente torturado por decisão humana”.

Aqui perto de nós, no Parque do Sabiá, há um zoológico onde animais que nasceram livres foram violentamente, confinados e condenados a viver numa prisão até a morte. Isto é crueldade inaceitável nos dias atuais.

Num jornal paulista, há pouco tempo, li uma carta de leitor na qual o signatário disse que era contra o confinamento de animais em jaulas, mas a favor do “aprisionamento de bichos em espaços confortáveis”. Espaços confortáveis para aprisionar um vivente! Maravilha!

No Zoológico do Parque do Sabiá a crueldade é praticada abertamente contra bichos da selva que foram confinados para serem exibidos ao público que os trata como objetos de divertimento. Isto é “sadismo humanitário”. Não encontramos outra expressão para classificar tamanha barbaridade.

Em vários zoológicos do Brasil a sádica crueldade praticada contra animais, especialmente primatas, é irracional. Como vivem, se alimentam, adoecem e morrem os bichos no Parque do Sabiá? Poucos sabem e a maioria das pessoas não se interessa pelo destino deles. Que razão há hoje em manter animais confinados para entretenimento, lazer ou educação ambiental? Há pouco tempo, num comentário no extingo jornal “Correio de Uberlândia”, o médico-veterinário William Stutz, respeitado cientista-pesquisador da fauna, sobre o assunto escreveu: “Quer mostrar, quer ensinar? Que transformem essas penitenciarias da fauna (zoológicos) em salas de projeções bem equipadas onde um público bem acomodado poderia conhecer toda a exuberância da vida animal em filmes sobre vida selvagem livre em seu ambiente natural”. Esta sábia observação serve à meditação para uma decisão racional dos responsáveis pelo poder público municipal neste tempo de pandemia virótica.

*Jornalista