Ivan Santos*

No passado, partidos políticos se associavam no Congresso Nacional para defender reivindicações da sociedade na economia, na educação, na saúde ou em outros setores, mas sempre de acordo com as aspirações de partes da sociedade. Em algumas ocasiões os partidos se aliavam em campos de luta para melhor atuar em defesa da população do País. Os blocos parlamentares se formavam para atuar por causas comuns. Foi assim que assistimos à formação de blocos parlamentares no Parlamento da República, nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras Municipais.

Hoje vários partidos se uniram num Centro na Câmara Federal e no Senado para negociar cargos e vantagens com o Governo da Nova Política. É o Centro que tem o presidente da Câmara, o do Senado e reúne mais de 200 deputados que acenam com apoio ao Governo em troca de cargos e verbas. Recentemente o Centrão posicionou-se contra o adiamento da data das eleições municipais. Foi uma encenação para negociar e conquistar o direito de divulgar propaganda eleitoral no Rádio e na TV fora do Horário Eleitoral. Essa fantasia vai custará caro ao Governo que terá que pagar o horário nas emissoras. Hoje seria em torno de R$ 500 milhões.

Em política não há ponto sem nó nem apoio sem contrapartida. No exercício ético da política, os parlamentares do Centrão só acenam com apoio ao Governo em troca de bondades e benesses. Esse Grupo não passa de um instrumento de pressão parlamentar para conquistar nacos de poder no Governo, tal como ocorreu nos governos de Lula e de Dilma. Político do Centrão não dá ponto sem nó e sabe dar nó em goteira em qualquer tempo. Como política tem razão que a própria razão desconhece a Tigrada, talvez, tenha interesse em saber qual foi o motivo que levou tão ilustres personalidades a se juntarem no Centrão para “apoiar bravamente” o governo do Mito Liberal. Apoiar para o que der e vier? Talvez…

Vai ser preciso o governo garantir manjares suculentos para matar a fome dos astros e estrelas do Centrão, para que o Mito não acabe avariado num salão de passos perdidos. Antes é preciso que o Mito não se esqueça que em política, os fins justificam os meios.

*Jornalista