Ivan Santos*

Muitos brasileiros da nova geração que vivem numa democracia em evolução ainda não entenderam que liberdade de expressão não é liberdade para ofender pessoas e instituições. Também não sabem que não há direito sem responsabilidade. Muita gente ainda não entendeu – ou ainda finge não entender – que nesse neste país em que vivemos hoje, atacar, xingar ou tramar virtualmente não compensa. Claro que gente ignorante existe e seguirá existindo. E não são raros, vários caminham ao nosso lado todos os dias.
A norma democrática é simples: pensar é livre; discordar pode; criticar também pode, mas com respeito ao direito alheio. Uma velha regra ensina que o meu direito termina onde começa o direito da outra pessoa com quem falo.
Uma viagem livre por várias redes sociais hoje em dia nos mostra perfis estranhos a emitir comentários inusitados. Adolescentes, homens e mulheres erados e insuspeitos na vida real tornam-se racistas, homofóbicos, violentos e até criminosos virtuais com sadismo impressionante. É incrível, mas “virtualmente real”. Algumas aberrações são emitidas por pessoas que conhecemos e que na vida real parecem comportadas e educadas. Nas redes sociais transforma-se de uma hora para outra inacreditavelmente.
Neste momento quando um dos assuntos prioritários na média é o inquérito conduzido no Supremo Tribunal Federal sobre as fake News (informações falsas) as ofensas sem responsabilidade nas redes sociais entre em reflexão, principalmente porque aproxima-se o tempo da propaganda eleitoral municipal que neste ano deverá ser, principalmente via Internet. É preciso deixar bem claro para todos os brasileiros e brasileiras que entre opinar e ofender, vai uma enorme distância.
Afinal, para que desrespeitar pessoas ou instituições com discursos de ódio. Qual é o retorno desse tipo de comportamento? Qual o lucro ou vantagem de quem age assim numa rede social? É preciso refletir maduramente sobre esse tipo de comportamento. Agressões virtuais não passa de crimes e com o agravante de serem cometidos diante de milhares de pessoas, a maioria desconhecidas do criminoso. É estupidez virtual.

*Jornalista