Ivan Santos*

Alguém por aqui ainda se lembra do ramal do Gasoduto Brasil-Bolívia para o Triângulo Mineiro? Não faz muito tempo este assunto foi tema de debates e de declarações de autoridades federais, estaduais e municipais. O projeto gelou, sumiu, ninguém mais nele fala. Outro projeto grande que virou fumaça foi o da Superfábrica de Amônia do Triângulo. Foi no dia 17 de março de 2011 que, em Uberaba, a presidenta Dilma Rousseff e o governador Antônio Anastasia anunciaram a construção de uma fábrica de amônia – matéria química indispensável para a produção de adubos. O investimento inicial previsto foi de R$ 2,9 bilhões. Naquele dia o Projeto de um ramal de gasoduto será criado nesta região de Minas. O ramal partiria de São Paulo até Uberaba. Na ocasião, a presidenta Dilma destacou a importância da obra para Uberaba se transformar no maior polo de fertilizantes do país. Na ocasião o governador Anastasia comentou que o Estado, através da Cemig (controladora da Gasmig), investiria R$ 750 milhões para levar gás natural até Uberaba e estender e depois para Uberlândia e Patrocínio. Neste município está a segunda maior reserva de rocha fosfática do Brasil – matéria indispensável para produzir adubo. A primeira reserva está em Tapira, na região de Araxá. Na ocasião, Dona Dilma anunciou que a fábrica de amônia deveria ser inaugurada em 2014 e destacou a importância da extensão do gasoduto para consolidar Uberaba como Polo Nacional de Fertilizantes. Na solenidade, o governador Antônio Anastasia afirmou que a participação da Cemig para viabilizar o gasoduto seria importante porque atrairia novas empresas e garantiria mais empregos no Triângulo Mineiro. Os industriais de Uberaba e de Uberlândia sonharam com mais uma fonte alternativa de energia para a produção de bens industrializados. No entanto, a burocracia oficial contribuiu para emperrar o projeto. A indefinição quanto ao suprimento de gás natural para a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados de Uberaba gerou um “estado de atenção”. Para encontrar uma solução ao impasse, o Governo Federal criou um grupo de trabalho “para estudar alternativas destinadas ao fornecimento de insumos para a fábrica em Uberaba”. Inicialmente, o plano era construir um gasoduto interestadual numa extensão de 151 km entre a rede da empresa Gás Brasiliano, da região de Ribeirão Preto, à futura malha de distribuição da Gasmig no Triângulo Mineiro. A burocracia emperrou o projeto e hoje não se falar mais no assunto. Vivíamos de sonhos. O nem sonhos temos mais. O dia acabou. A noite chegou. Resta-nos esperar pacientemente por uma madruga que pode demorar bastante.

*Jornalista