Rafael Moia Filho*

“A ociosidade caminha com lentidão,
por isso todos os vícios a atingem.”
Santo Agostinho

A pandemia que tomou de assalto o planeta a partir da localidade de Wuhan, durante algum tempo, em determinados círculos, foi chamada de “pneumonia de Wuhan”, a partir da cidade na China central onde as primeiras infecções em seres humanos foram detectadas. É claro que o vírus não é chinês, mesmo que possamos rastrear sua origem a uma caverna na China; o mesmo vale para a doença causada por ele – o Covid-19.
O vírus levado pelo ar e pelo mar através de passageiros em aviões e navios com vários destinos na Europa, América Central, do Norte e do Sul atingiu em cheio o coração do mundo.
Neste período entre a detecção do vírus e sua contaminação no planeta, muitos líderes mundiais desprezaram a possibilidade de uma pandemia, mesmo alertados pela Organização Mundial da Saúde – PMS, muitos demoraram meses para tomar as providências necessárias.
Com isso, chegamos aos primeiros dias de abril com números espantosos e muito preocupantes:
Brasil > 11.298 infectados e 486 mortos
Mundo > 1.218.334 infectados e 64.235 mortos.
A chave para frear um surto é reduzir o ritmo de crescimento dos casos. Isso é o que tem conseguido a China, onde as infecções deixaram de aumentar de forma exponencial em meados de fevereiro, quando a quarentena e as medidas de distanciamento fizeram efeito.
Nos países europeus, por sua vez, o vírus ainda está em expansão. Na Itália, os casos diários eram cerca de 70 no início do surto, passaram para 500 na segunda semana e atingiram os 1.700 na terceira. França, Espanha e Alemanha crescem num ritmo parecido com o italiano, mas parecem ir alguns dias atrás.
O Brasil é o país latino-americano que registra mais infecções por coronavírus. Mas o ritmo em que os casos crescem é, no momento, semelhante em vários países.
Entretanto, o vírus além de afetar a saúde mundial, trará consigo, por conta da necessidade do isolamento social, o caos financeiro durante e após a passagem da pandemia. Será neste momento que deverá se destacar os países estruturados, com economia pujante e níveis educacionais elevados. Os países emergentes ou em desenvolvimento como sempre, vão padecer e terão que caminhar pisando em brasas até alcançarem ao menos o mesmo nível econômico em que estavam antes da crise do Covid-19.

*Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.