Rogério Nery de Siqueira Silva*

A Pandemia do coronavírus coloca as emissoras de TV em posição de maior responsabilidade.

A pandemia do novo coronavírus (covid-19) vem mostrando a absoluta relevância do jornalismo profissional e, em particular, das emissoras de rádio e de televisão,
especialmente as TVs abertas.
Diante de uma enxurrada de fake news, muitas vezes propagadas por aplicativos e outras redes sociais, as emissoras têm dado mostras diárias de espírito público.

Esse esforço de jornalismo vem sendo reconhecido. Com as medidas de isolamento social, absolutamente necessárias para permitir que o sistema de saúde público e privado possam se preparar para o crescimento exponencial de atendimentos, a audiência da TV vem colecionando recordes.
Tanto que 11 das 20 maiores audiências medidas nos últimos 5 anos foram observadas durante a pandemia, segundo levantamento realizado pelo instituto Kantar Ibope Media em 15 capitais brasileiras de 23 a 29 de março. De acordo com a pesquisa, a TV é o meio mais utilizado pelos brasileiros na busca por informação, tendo sido usada por 92% dos lares em março. É ainda o meio mais confiável para 79% dos entrevistados. O “Jornal Nacional”, da TV Globo, telejornal de maior prestígio do país, chegou a 33,1% de audiência domiciliar, em média, e 49,4% de percentual de pessoas diferentes impactadas pelo programa.

Temos percebido essa responsabilidade diariamente na Rede Integração, mais antiga afiliada da Rede Globo — com presença em parte expressiva do interior de Minas (Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Centro-Oeste de Minas, Noroeste de Minas, Zona da Mata e Campo das Vertentes/parte do Sul de Minas).
Nesse momento único na história recente da humanidade, em que 1/3 da população mundial está confinada em sua própria casa, temos missão de levar informações corretas e confiáveis, ao mesmo tempo precavendo as pessoas das falsas notícias que circulam nos celulares.

Felizmente, o advento da tecnologia está jogando a nosso favor.
Ainda que muitos de nossos profissionais estejam trabalhando em regime de home office, conciliando o ambiente familiar com as tarefas do trabalho, o que percebemos é muito foco e assertividade.

Estamos nos reinventando. Temos sido mais produtivos. Estamos produzindo conteúdo com qualidade técnica, frequentemente gravando imagens das fontes sem tirá-las de casa ou, mesmo em entrevistas presenciais, preservando a segurança de todos ao garantir as medidas de prevenção e o distanciamento recomendado pelas autoridades de saúde.
Tudo isso com um conteúdo repleto de empatia e a cobrança, na medida certa, da atuação das autoridades públicas, mas, ao mesmo tempo, tomando o cuidado para não criar mais medo na população. É fundamental que nossa audiência tenha todas as informações para a indispensável prevenção, mas sem fomentar a fobia e a paralisia. Mesmo em casa, as pessoas podem fazer do limão a limonada e temos procurado dar a elas, em nossos telejornais locais, ferramentas para manter a tranquilidade e a qualidade de vida nesse período de confinamento, sempre com base na ciência, no conhecimento de especialistas e das recomendações das autoridades de saúde nacionais e internacionais.

Como uma rede de TV com audiência de 6 milhões de brasileiros, vemos nessa situação crítica (mas passageira) para a humanidade uma oportunidade única: queremos reforçar, como serviço essencial, o nosso absoluto compromisso com fatos verdadeiros, checados e rechecados, posicionando a nossa diferença para as fake news ainda tão presentes em aplicativos e mídias sociais.

Nessa pandemia, temos gerado valor para a sociedade. E felizmente, apesar dos constantes e injustos ataques à chamada mídia tradicional, a população vem reconhecendo esse valor.

NOTA: Este texto foi publicado originalmente no Blog: Poder 360, dirigido por Fernando Rodrigues.

*Rogério Nery de Siqueira Silva é CEO do Grupo Integração, diretor regional da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt) e conselheiro da Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub). Formado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Uberlândia, tem pós-Graduação em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas e foi secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais.