Marcos de Sousa Campos

Sim, vamos tirar Bolsonaro da Presidência, afinal, este é o sonho da nossa elite cultural, da política velha e de parte da mídia. Entretanto, gostaria de saber o que iriam fazer no dia seguinte. Penso eu que seria: 1) tira-se o ministro da Economia, Paulo Guedes, e coloca-se alguém com o perfil de Palocci ou Mantega, que estavam mais preocupados em ajudar nas trapaças; 2) tira-se o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e coloca-se alguém com o perfil de José Eduardo Cardozo ou Tarso Genro, que se comportavam como advogados dos presidentes do PT, escondendo as trapaças; 3) tira-se o ministro da Saúde, Mandetta, para colocar alguém milagroso que possa acabar com o novo coronavírus; 4) tira-se o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, para voltar à farra do Dnit e seu monte de obras inacabadas para a roubalheira; 5) tira-se o ministro da Casa Civil, Augusto Heleno, e coloca-se alguém com o perfil de José Dirceu ou Gleisi Hoffmann; 6) tira-se a ministra da Agricultura, Teresa Cristina, para colocar quem? 7) Tira-se o ministro de Minas e Energia e coloca-se alguém como Dilma Rousseff ou Edson Lobão; e, por fim, 8) tira-se a secretária da Cultura, Regina Duarte, que está tentando buscar a paz nos setores da cultura menos radicais. A resposta provavelmente, então, seria: queremos tirar apenas o presidente, entretanto não podemos ser ingênuos e pensar que após um impeachment os deputados do centrão não vão exigir a contrapartida do próximo presidente, como a volta ao presidencialismo de cooptação (coalizão), com distribuição de cargos e ministérios, e assim tudo volta à paz entre Executivo e Legislativo, pois tudo passa a ser resolvido nos conchavos do toma lá, dá cá. Ministros eficientes dão lugar a políticos sem escrúpulos que pensam em tudo, menos no Brasil.

* marcosscampos@hotmail.com (Publicação sugerida pela professora Tania Tavares (taniatma@hotmail.com)

Peruíbe