Ivan Santos*

Aparentemente sob forte pressão o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, enviou à Assembleia Legislativa um projeto com a proposta de aumento salarial de 41,7% para o pessoal da Segurança Pública. A maioria dos deputados, num ano eleitoral municipal, aproveitou para jogar para todo o funcionalismo e prontamente aprovou a proposta do governador mais aumentos para professor, servidores da saúde e outros funcionários estaduais. Isto sem medir consequências num Estado que deve quase R$ 100 bilhões ao Governo Federal e com um, baita déficit nas contas públicas estaduais.
O governador Romeu Zema assumiu o Governo com uma gigantesca dívida e com um déficit previsto de R$ 15 bilhões nas contas estaduais. Fez um esforço gigantesco com a paralisação de obras e redução de gastos em serviços essenciais e conseguiu encerrar o ano passado com um déficit de R$ 8 bilhões. Foi um esforço por muitos elogiado, mas neste mês o governador chutou a bola da austeridade administrativa e aceitou um aumento fora da curva para os servidores da segurança. O projeto de aumento de salários para o pessoal da Segurança e com uma emenda dos deputados elevando o aumento para outras categorias do funcionalismo público foi aprovado e, logo depois do Carnaval, o governador terá qe decidir se aprova ou não. Para alguns observadores, se o governador aprovar a resolução da Assembleia, tornará o Estado inadministrável.
O governador está numa sinuca de bico e tem uma saída racional para o momento: vetar a Resolução com a própria resolução de aumento para os da Segurança. Pode também optar por outras alternativas ou reiniciar outras negociações, mas o estrago está feito.
O bem sucedido empresário Romeu Zema, que assumiu o governo do Estado sem experiência de lidar com administração pública, percebi agora que administrar uma empesa privada é uma coisa e administrar uma estrutura pública com problemas complexos e leis que regem o a administração e regulam o orçamento público é outra coisa muito diferente da primeira.

*Jornalista