Ivan Santos*

O governo do capitão-mito comemorou recentemente o equilíbrio das contas públicas, os juros baixos e uma inflação abaixo da meta de 4,5%. Não entendemos de finanças públicas, mas sabemos ler e comparar informações. O governo segue hilariante ao comemorar o “equilíbrio das contas públicas” no ano passado. Assim vende a ideia de que o País caminha para a estabilização econômica.
Quem olhar para o noticiário de jornais tradicionais pode verificar que o otimismo oficial pode ser confrontado com a realidade. Esta indica que o déficit em contas públicas no ao passado foi de R$ 95 bilhões. É uma soma maiúscula no Brasil e em qualquer parte do mundo. Melhor do que o déficit de 2018 que foi de R$ 124,3 bilhões. A redução foi significativa, mas graças a um arrocho nos gastos públicos com cortes rigorosos até nos Ministérios da Saúde e da Educação. O governo também contou com receitas extraordinárias em leilões de petróleo e em dividendos pagos por estatais, principalmente o BNDES.
O tão esperado reaquecimento da produção econômica continua inalterado e no mesmo cenário refrigerado iniciado no segundo mandato de Dilma. O nível do desemprego continua ruim. De 13 milhões de desempregados o nível hoje está, segundo o IBGE, perto de 12 milhões. Os empregos que surgiram foram de baixo nível, em média de R$ 1.500 mensais. O desemprego também diminuiu com trabalhos informais e de baixo rendimento. O reflexo no comércio não é bom e a indústria, na ociosidade, caminha para o sucateamento.
Os investidores em atividades produtivas continuam a esperar pelas reformas Administrativa e Tributária que o governo sinaliza que as mandará ainda neste semestre para o Congresso. Por enquanto, sobre o governo do capitão mito, ainda há muita esperança e algumas desilusões.
Neste ano tem eleições. O presidente não tem partido e, a Aliança pelo Brasil, que ele articula, pode não se viabilizar a tempo de lançar candidato a prefeito e a vereador. O governo continua à deriva no Congresso, sem base de apoio na Câmara e no Senado. Mas, para o brasileiro, a esperança é a última que morre. Então, esperar é preciso. Desesperar-se não é preciso.

*Jornalista