Ivan Santos*

A escrita cursiva ou escrita à mão vai acabar e virar peça de museu como os hieróglifos (antiga escrita dos egipcios). Nos Estados Unidos, há algum tempo, vários educadores discutem o fim do ensino da escrita à mão e a abolição definitiva das aulas de caligrafia nas escolas. No Estado da Indiana, o ensino de escrita cursiva nas escolas já foi substituído por aulas de digitação. No Brasil, cresce uma corrente no Ministério da Educação, influenciada pela Nova Política, que também defende a extinção definitiva de aulas de caligrafia nas escolas oficiais por considerar a escrita cursiva uma prática já extinta na sociedade brasileira. Também no Brasil seria intensificado o ensino de digitação de textos com letras e números. Alguns especialistas em educação, influenciados pela Nova Política, argumentam que nos contatos pessoais, bilhetes e recados, em todo o Brasil, destacam-se hoje o SMS, mensagens instantâneas e redes sociais. A telefonia fixa está decadente, enquanto a móvel agrega muito mais do que voz. O celular é o verdadeiro PC, computador pessoal, que é parte integrante de vida cotidiana das pessoas de todos os níveis sociais. Por isto é preciso que haja mudanças realistas em todos os campos do comportamento e do conhecimento humanos.
No Brasil ninguém mais usa papel e caneta ou lápis para escrever uma carta, um bilhete ou um recado.
A nova geração de especialistas em Educação que prepara uma radical reforma do Ensino no Brasil entende que educação de crianças deve ser realista, com base no mundo em que vivemos e na realidade que elas encontrarão quando chegarem à idade adulta. Assim, perder tempo desenhando letras enquanto há outras habilidades que deverão ser conhecidas e desenvolvidas não contribui para a moderna educação.
Outras matérias ainda hoje ensinadas em algumas escolas públicas poderão ser remetidas a um arquivo morto, entre elas música, pintura, artesanato, bordado, tricô ou crochê. O mundo está a mudar radicalmente. Os hieróglifos e restos fósseis devem ser remetidos ao Arquivo Permanente da História.

*Jornalista