Ivan Santos*

O governo da Nova Política completou o primeiro ano na semana passada com uma feição parecida com os da Velha Política. O chefe do atual governo, Capitão-Mito Bolsonaro está entre os chefes executivos que mais liberou dinheiro de Emendas Parlamentárias para deputados em troca da aprovação de projetos de interesse do trono do Planalto. Na campanha eleitoral o Mito criticou este modelo identificado como “toma lá, dá cá”. No exercício do mandato, o Capitão imitou os chefes da Velha Política e prometeu liberar prioritariamente recursos de Emendas Parlamentares a quem votasse a favor da Reforma da Previdência.
Muito criticado, o ex-presidente Michel Temer liberou R$ 5,29 bilhões para deputados que votaram a favor dos projetos deles no último ano do mandato. O Capitão-Mito, no primeiro ano, autorizou a liberação de R$ 5, bilhões para a mesma finalidade. Só para aprovar a Reforma da Previdência, o Mito liberou R$ 3,04 bilhões, imitou com força o modelo da Velha Política e muita gente do Exército que marcha unido em defesa doas façanhas do Mito parece eu nada percebeu.
O Mito mantém o discurso nas redes sociais e afirma sem se corar que não pratica “toma lá, dá cá”. Programa que no governo da Nova Política o jogo é diferente. No entanto, já que não tem no Congresso uma base parlamentar que o apoio, o Mito está mais exposto a pressões do que esteve Michel Temer, Lula, Dilma e Fernando Henrique. Sem liberar dinheiro de Emendas Parlamentares o governo do não teria sucesso nas proposições que enviou ao Congresso no ano passado, assim mesmo assistiu à derrubada de dezenas de vetos e de arquivamento de M3edias Provisórias, algumas populistas prometidas politicamente como a do fim do IPVA e da Cadeirinhas de crianças em bancos traseiros de automóveis.
Agora, neste ano de eleições, se o Mito quiser aprovar reformas estruturais, entre as quais a Administrativa e a Tributária, vai ter que liberar mais Emendas Parlamentares e recursos para obras municipais em municípios politicamente estratégicos. Vai ser um novo “dá cá, toma lá”. Se cochilar o Mito vai ficar falado abobrinhas e vendo a carruagem dos candidatos a cargos municipais passar fazendo barulho ensurdecedor até outubro chegar. Reativação da economia, só na propaganda oficial.

*Jornalista