Rafael Moia Filho*

O mundo é um lugar perigoso de se viver,
não por causa daqueles que fazem o mal,
mas sim por causa daqueles que observam
e deixam o mal acontecer. Albert Einstein

São doze os países que compõem a América do Sul: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. A Guiana Francesa é um território ultramarino e não um país.
Nesse subcontinente americano que engloba a América Central e a do Norte, onde a língua predominante é o Espanhol, pois o Português é falado apenas no Brasil, nosso país é o mais populoso, com aproximadamente 204 milhões de habitantes.
A América do Sul possui 393 milhões de habitantes, cuja densidade demográfica é de 22 habitantes por quilômetro quadrado. A maioria dos habitantes reside em áreas urbanas: 84%. O crescimento demográfico sul-americano é um dos mais altos do mundo: 1,1% ao ano. Porém, seu território apresenta grandes vazios demográficos, como, por exemplo, o deserto do Atacama e a Patagônia. Por outro lado, algumas cidades são extremamente povoadas: Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Buenos Aires, Lima, Bogotá, Santiago, Caracas, entre outras.
Depois do continente africano, a América do Sul é o canto mais atrasado do planeta no que diz respeito ao Índice do Desenvolvimento Humano – IDH. Os níveis de Educação mais distantes do chamado primeiro mundo, algo que não era assim nas décadas de 30 a 50.
Seu processo industrial é ainda rudimentar, com o Brasil sendo o único com um parque industrial que ainda consegue produção forte, embora não comparada com os tigres asiáticos, alguns países europeus e a América do Norte.
O Brasil sozinho tem a extensão territorial maior do que os demais 11 países juntos, o que dá uma dimensão do tamanho do nosso país, praticamente um continente.
Não existe, apesar do cambaleante Mercosul, moeda única entre os doze países, nem tampouco um comércio forte e integrado. As diferenças não ficam apenas no idioma, mas são enormes na política e na economia.
Raras vezes ao longo de sua existência o continente viveu sem a existência de golpes militares, golpes políticos, convulsões populares de toda ordem, contribuindo para o atraso do desenvolvimento dos países e da América do Sul como um todo.
No momento a Venezuela enfrenta fome, doença, uma grave crise econômica por conta de um regime que após a eleição de Hugo Chavez em 1998, permanecendo no poder por três mandatos consecutivos até 2013, quando veio a falecer. Foi então substituído por Nicolás Maduro, que permanece no poder até os dias atuais impedindo a liberdade de imprensa, o crescimento econômico e a própria democracia.
A Bolívia eclodiu uma crise com a renúncia de seu presidente Evo Morales, que havia vencido sua quarta eleição consecutiva, novamente com suspeitas de fraudes denunciadas pela oposição e pela OEA. O país mais uma vez está à beira de uma convulsão político social.
O Chile depois de seu processo de redemocratização após a mais sangrenta ditadura militar do continente, volta a ter instabilidade política e econômica. Seu atual presidente, Sebastián Piñera instituiu reformas que desagradaram completamente a população chilena, que fez eclodir nas ruas de Santiago uma manifestação gigante com mais de um milhão de chilenos revoltados com os preços do transporte público, previdência social e demais reformas do governo.
Os demais países vivem momentos de turbulência política misturados a períodos de calmaria aparente. Casos do Brasil, Colômbia, Equador, Peru, Argentina e Uruguai, por exemplo.
O péssimo desempenho na educação, os problemas graves de saúde pública jogam a América do Sul para baixo, deixando sempre a impressão de que não teremos jamais como concorrer com os demais países desenvolvidos.
Nem a existência de grande parte das águas fluviais do planeta, florestas, riquezas minerais, reservas gigantes de petróleo na terra e no oceano, conseguem mudar a trajetória de pobreza, ignorância e atraso dos países do nosso continente.
Um dos motivos é que contrastando com estas riquezas citadas, a América do Sul possui uma das piores e mais corrupta classe política do planeta. É marca registrada e conhecida mundo afora pelos golpes, pelo desserviço e pela facilidade com que flertam com o golpe político e a perpetuação no poder.

*Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública