Ivan Santos*

O Estado Maior do Trono do Planalto começou esta semana agitado com um anúncio atribuído ao presidente Donald Trump, dos Estados Unidos. O chefe do Governo norte-americano teria anunciado que imporá uma tarifa extra para o aço e o alumínio produzidos no Brasil e na Argentina. O anúncio, segundo vários jornais nacionais, fora divulgado por Trump pelo Twitter. Não deveria ter sido fato surpreendente para o presidente Bolsonaro e para os assessores dele no Palácio do Planalto porque o chefe norte-americano, para se eleger, prometeu aos americanos: “América First!” (América primeiro). Hoje, o líder republicano, pré-candidato a reeleição, precisa dos votos dos fazendeiros norte-americanos, criadores de bois. O anúncio é uma mensagem aos pecuaristas que temem perder para o Brasil e para a Argentina, o rico mercado importador de carnes na China. A mensagem também vale para os industriais e habitantes do Vale da Sucata (Regiões produtoras de aço e metalurgia) nos EUA que nos últimos anos viram as siderúrgicas e metalúrgicas de lá migrarem para a China.
Para o nacionalista presidente Donald Trump, o Brasil e a Argentina desvalorizaram a moeda nacional para exportar mais e esta política prejudica os EUA. Este é um discurso político-eleitoreiro para atrair votos e apoio popular.
Neste momento, perturbado com ameaça de ser impedido no mandato pelo Senado, o presidente Donald Trump retoma o discurso nacionalista que o levou à Presidência dos Estados Unidos com uma intenção direta: conquistar apoio dos eleitores a quem vai pedir votos para continuar presidente dos Estados Unidos da América do Norte até 2024. O jogo é político e não adianta o presidente brasileiro apelar para amizade familiar que, supostamente une os Bolsonaros aos Trumps. O presidente do Brasil precisa praticar uma diplomacia fina para lidar com um problema complexo. É nó cego que só pode ser desatado por diplomatas profissionais e por políticos habilidosos, não por fritadores de hamburger. Papo furado leva nada a lugar nenhum.

*Jornalista