Ivan Santos*

Reunido de sexta a domingo da semana passada no Sétimo Congresso, o PT começou a perceber que a mensagem da esquerda enfraqueceu na sociedade brasileira após ser desgastada por acusações de corrupção contra os governos de Lula e Dilma. Esta realidade constatada na eleição passada que deu vitória a Bolsonaro, representante assumido de uma Direita Conservadora, foi confirmada recentemente com a falta de manifestações sociais após Lula aparecer fora da cadeia. Os dirigentes petistas sentiram a realidade e perceberam que a esquerda não oferece mais a mesma atração que ofereceu à massa popular do Brasil.
Ao sentirem a real situação da insatisfação social, os dirigentes petistas decidiram reeleger a senadora Gleisi Hoffmann para a presidência do Partido e se movimentam para mobilizar a desunida e esfacelada esquerda para fazer oposição ao Governo do Capitão-Mito, Jair Bolsonaro.
Em um documento divulgado para o público, o PT anunciou a intenção de unir a esquerda e organizar um movimento de oposição ao governo conservador do presidente Bolsonaro. A dificuldade que os petistas encontram hoje é que a sociedade não se movimenta e as organizações que recebiam voz de comando do PT (os sindicatos de trabalhadores, os movimentos MST, MIST e organizações ditas sociais, estão sem capacidade de mobilização neste momento e metade da população do Brasil continua à espera das promessas feitas pelo candidato Bolsonaro na campanha eleitoral. Pelo menos, neste momento, os experientes dirigentes do PT perceberam que não há apoio popular para um movimento do tipo: “Fora Bolsonaro”. Sem norte para se dirigir, os petistas não encontram apoio nem nos partidos da esquerda tradicional como o PSOL, PV e Cidadania. O comando do PT deverá procurar apoio para uma oposição ao governo no PCdoB e no PDT. Nada de novo no front, a não ser a desmobilização da esquerda em Pindorama.

*Jornalista