Ivan Santos*

O governo do capitão-mito comemora tímidos avanços na economia no décimo primeiro mês do governo da “nova política”. Nada além da previsão de aumento do PIB deste ano de 0,8% para 0,9%. É um avanço à frente, mas não para alterar a situação de 12 milhões de trabalhadores desempregados, 40 milhões de assalariados informais e 70 milhões de viventes humanos com o nome sujo no SPC e na Serasa, sem condição de alterar a situação por falta de renda.

Na semana passada o jornal “O Estado de São Paulo” informou que “a informalidade recorde no mercado de trabalho está a
ajudar a derrubar a produtividade da economia que se recupera lentamente da recessão vivida entre 2014 e 2016”. O jornal paulista acrescentou na informação que “em condições normais, quando uma economia cresce e gera empregos – situação que, apesar de toda a crise, vem sendo observada no Brasil –, há mais investimentos em inovação, equipamentos, capacitação, e a produtividade aumenta. Ou seja, cada trabalhador consegue produzir mais com menos horas trabalhadas. Mas o que vem ocorrendo é exatamente o contrário”.

Ainda segundo o Estadão, “O Brasil tem hoje 38,8 milhões de trabalhadores na informalidade, um número recorde, equivalente a 41,4% da força de trabalho. As vagas geradas entre 2018 e 2019, quase todas informais, pagam menos e são menos produtivas, com características de “bicos temporários”, como empregadas domésticas, vendedores a domicílio, entregadores de aplicativos e vendedores ambulantes, segundo mostra um estudo inédito do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV)”. Essa massa vive com rendimento abaixo do salário mínimo e causa déficits maiúsculos nos serviços assistenciais de saúde, educação e segurança.

É fácil concluir que a economia no Brasil está estagnada e a informalidade aumenta sem preocupação do governo que dá sinais de que está disposto a proteger o capital e reduzir direitos dos trabalhadores. O governo acena, com as reformas liberais, que pretende privilegiar o crescimento da produção econômica, pelo menos, 1% ao ano, nos próximos três anos. Não fala em distribuição de renda, fato que não é uma boa notícia para quem produz, distribui bens econômicos e executa serviços. Os viventes de Pindorama continuam no limbo.

*Jornalista