Ivan Santos*

A reforma tributária, tão esperada pelo mercado produtor de bens econômicos e serviços, não é prioridade para o governo. Aparentemente a reforma imaginada pelos estrategistas do Planalto era a criação de um novo imposto semelhante à extinta CPMF. Como este projeto foi arquivado no Congresso, o governo silenciou. A Câmara dos Deputados discute um projeto de Reforma Tributária e o Senado outros, mas falta conversar sobre este assunto com os governadores que aceitam qualquer mudança desde que eles não percam a receita que lhes proporciona o ICMS.
Ninguém acredita em reforma para reduzir a cobrança de tributos cuja carga chega a 35% do PIB. No governo do capitão-presidente não há disposição de reduzir despesas. A reforma administrativa anunciada no começo da administração da Nova Política foi pra inglês ver. O governo reduziu o número de Ministérios de 29 para 22, mas o fez com a anexação de um em outro com o nome de Secretaria. Não houve redução de despesas. Na prática as despesas aumentaram e o déficit público continua superior a R$ 130 bilhões por ano. Então, se não há redução de despesas não há redução de impostos. Esta conclusão é matematicamente elementar. Nos Estados e Municípios também não há redução de despesas e ninguém fala nisso.
No governo do capitão o tema da Reforma Tributária parece a caminho de um arquivo de longo prazo. Não se fala hoje em Reforma Tributária. No Superministério da Economia hoje o assunto é Reforma Administrativa. A prometida linha de ações para destravar a economia e voltar ao crescimento econômico, ação prometida na
Campanha Eleitoral, ainda não foi formatada. Parece que no décimo mês da administração da Nova Política, o governo que assumiu o poder sem projeto e sem rumo, ainda não encontrou o o fio da meada e continua a caminhar no escuro.

*Jornalista