Gustavo Hoffay*

Lá se vão cinco anos desde que a Associação Brasileira de Psiquiatria e o Conselho Federal de Medicina promovem o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio: 10 de setembro! E mais que em outra qualquer data, novamente o ato de alguém infligir a morte em si mesmo é motivo de reflexão em meio à sociedade e especialmente para nós cristãos, visto acreditarmos ser aquele ato uma das piores ofensas a Deus. E na humilde qualidade de agente prevencionista ao uso de drogas e auxiliar em trabalhos de reabilitação de alcoólatras e toxicômanos, a tempos me convenci de que o vazio existencial tem o triste poder de empalidecer e embotar a consciência de jovens, ao contrário de outros que cultuam valores e desdobram-se em virtuosas atitudes, enquanto assistem brotar o que de nobre podem oferecer ao meio onde vivem. E aquele “vazio”, percebo, está muito mais presente na vida de quem desfruta de maiores afagos e comodidades oferecidas pelo mundo moderno, enquanto aqueles que realmente lutam pela sua sobrevivência e objetivando claros e nobres horizontes, sentem-se sempre mais felizes e confortáveis . Ninguém educa ninguém sem a pratica de um amor que exija a quebra da crosta de egoísmo e duvido que haja uma escola melhor do que a vida, no sentido de aprendermos a valorizar a nossa própria existência e quanto mais se somados os obstáculos diversos vencidos ao longo dos anos. Não é incomum em jovens que não procuram aperfeiçoar-se em vista de enfrentamentos ou dificuldades diversas em seu cotidiano, a desistência de nobres objetivos e visto não terem ou não cultivarem uma necessária humildade e aceitação, o que facilita-lhes a procura por saídas imediatas porém perigosas e de muito pouca duração: as drogas, um falso lenitivo para quem acovarda-se diante de dores suportáveis e transponíveis, não percebendo que Deus envia sempre a graça necessária para que a dor transforme-se em algo salutar para o espírito. Todo jovem, especialmente, passa por situações que irão exigir-lhe força e discernimento, humildade e aceitação para que aproveite e valorize ainda mais a graça da vida; desistir dessa missão e entregar-se ao uso abusivo de drogas enquanto desprezando valores familiares e sociais e truncando a própria vida, é uma das formas ainda mais covardes de lento suicídio, pois alem de aos poucos deixar-se deformar física e mentalmente, ainda prejudica a vida daqueles que lhes são próximos. Suicídio é covardia e o uso de drogas é um atalho para quem deseja por término, mesmo que inconscientemente, à sua própria vida.

*Agente Social