Ivan Santos*

O governo federal e os atores do mercado no Brasil estão hoje atentos para saber até o fim deste dia o que anunciará o Comitê de Política Monetária – COPOM – sobre a Taxa Básica de Juros – a Selic. Todos querem saber se os juros de 6% ao ano cairão para 5,5% ou se permanecerão como estão.
A queda dos juros, segundo alguns economistas, é importante para reativar a produção econômica. No entanto, há também no mercado, abalizados analistas econômicos, que já disseram que só a queda dos juros não será suficiente para reativar a produção e gerar empregos.
Com 30 milhões de consumidores desempregados, em atividades informais ou em baixa renda, fatores negativos somados a falta de confiança no futuro não garantem aumento da demanda no mercado consumidor de bens e serviços e, por isto, os investimentos serão tímidos.
O Brasil enfrenta um círculo vicioso difícil de ser quebrado: sem aumento do consumo não haverá novos investimentos e, sem estes, não crescerá a geração de empregos. Já chegará o último trimestre deste ano e o governo da Nova Política ainda não apresentou um projeto para reativar a economia. A reforma da Previdência que está em fase final de tramitação no Senado, se for aprovada nos próximos dias, será importante para o Governo conduzir reajustes fiscais, mas segundo experientes analistas econômicos, não servirá para gerar empregos. A esperança de novos investimentos está na reforma tributária, mas os sinais nessa direção são tímidos. Há um projeto de reforma tributária no Senado, outro na Câmara, os governadores têm outro em mente e o Governo ainda não apresentou o projeto oficial. Se mudanças no Sistema Tributário não forem aprovadas até o fim deste ano, dificilmente serão viabilizadas no ano que vem para vigorar a partir de 2021 por causa das eleições municipais. Se o governo não reduzir despesas não haverá redução da carga tributária. Por enquanto, o governo do Capitão-Mito segue à deriva sem saber onde está o norte, o sul, o nascente nem o poente.

*jornalista