Ivan Santos*

Um grupo de estrategistas, que trabalha no Palácio do Planalto, sob o comando do general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, decidiu recomendar ao presidente da República uma ação política para evitar novas derrotas no Congresso e mais desgaste para o Governo. A jogada é simples e tem nome diferente da ação “toma lá, dá cá”. O objetivo é o mesmo: trocar bondades por apoio político, mas no Governo do presidente Bolsonaro, a nova política já é conhecida como “Relações Republicanas para o bem do Brasil”.
O jogo é simples: usar R$ 2,5 bilhões dos R$ 15 bilhões de um todo que foi bloqueado no Orçamento Federal, para pagar Emendas prometidas aos deputados que aprovaram a Reforma da Previdência. Os deputados já contam com esse dinheiro para ajudar a eleger parceiros deles nas prefeituras, no ano que vem e esperam que os eleitos os ajudem na reeleição em 2022. Calma: isto não é “toma lá dá cá”. A nova política começou a entender que a mão direita lava a esquerda e as duas aliadas lavam a cara. Não é recomendável brigar com realidade matemática e os estrategistas que assessoram o Governo do Capitão já perceberam esta elementar realidade.
Uma generosa parte da suculenta verba será destinada a senadores que assumirem compromisso de aprovar a reforma da Previdência e apoiarem projetos defendidos pelo Trono do Planalto. É bom lembrar que um dos projetos prioritários do governo é aprovar o nome de um embaixador especial para representar o Brasil nos Estados Unidos. O governo tem planos de atrelar os interesses do Brasil aos projetos do presidente Donald Trump. O presidente do Brasil também espera dos senadores aprovação para nomear o novo Procurador Geral da República que é pessoa da inteira confiança do Comandante em Chefe.
O governo pode jogar pesado com os parlamentares que receberem bondades e não cumprirem os tratos. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) poderá acompanhar as conversas de muita gente nas redes sociais para saber quem é e quem não é fiel. Não é espionagem: é a preparação de “uma estrutura de “acompanhamento democrático” de redes sociais ou uma ação para “medir a temperatura no ambiente parlamentar”. Esta Nova Política está a ficar emocionante demais é ainda poderá produzir “surpresas surpreendentes”.

*Jornalista