O Pacto Federativo lançado no fim da semana passada aqui em Uberlândia pelo administrador e consultor de empresas, Hélio Mendes, na verdade não passa de uma jogada política para viabilizar uma eventual candidatura do ex-deputado Chico Humberto, que hoje mora em Brasília, a prefeito, no ano que vem, ou a deputado federal em 2022. A intenção, muito bem pensada e calculada, é ressuscitar o Movimento de Emancipação do Triângulo que foi conduzido no passado recente pelo ex-deputado federal Chico Humberto.
No lançamento do Pacto Federativo com Emancipação do Triângulo, Hélio Mendes explicou que “o conjunto de regras que define a distribuição de impostos entre a União, Estados e Municípios e também a relação dos Estados entre si e com o Governo Federal voltou a ter destaque a partir de uma abertura com foco fiscal”. Esta seria a bandeira a ser empunhada pelo médico Chico Humberto que assume a liderança da um novo Movimento pela Emancipação do Triângulo Mineiro. Esta ideia da emancipação já muito cara aos habitantes desta região, no passado.
O tempo correu e as relações do Triângulo com o governo do Estado de Minas mudaram. Hoje, quem governa Minas Gerais é um homem que tem família e bases empresariais e políticas no Triângulo Mineiro. O governador dos mineiros é Romeu Zema, de Araxá. Não sei como Hélio Mendes e Chico Humberto poderão explicar ao governador Zema que conduzirão neste momento uma campanha para separar o Triângulo de Minas Gerais com a inclusão da Araxá no Movimento. Diante desta nova realidade, o atual Movimento Emancipacionista não passa de uma estratégia de marketing político para fortalecer uma aspiração política ocasional. Não há outra conclusão racional.
*Jornalista
Um estado do Triangulo seria, indubitavelmente, algo de extraordinária relevância para incrementar o desenvolvimento de toda essa região.Por outro lado o oportunismo de relançar uma campanha que crie mais um estado na Federação é claro: proporcionaria, em tese, uma excelente jogada, uma fabulosa estratégia de marketing para a volta de Chico Humberto e os seus congregados aos palanques eleitorais e mesmo que saiam derrotados daquela sua audaciosa empreitada. Se alguém imagina que Romeu Zema, um vitorioso e visionário administrador triangulino , encabeçaria uma campanha pró-criação de um sonhado estado triangulino penso, sim, que poderia “tirar o cavalinho da chuva” e caso percebesse que o nosso governador não arriscaria-se a criar insatisfações políticas com as demais regiões do glorioso estado de Minas Gerais: Noroeste, Norte, Vales do Jequitinhonha, Mucuri, Rio Doce, Central Mineira, Vale do Rio, Oeste de Minas, Sul, Sudoeste, Campo das Vertentes e Zona da Mata e, dessa forma, assinar o seu próprio e amargo destino político. Viva a região do Triangulo Mineiro, viva Minas Gerais: juntos podemos mais e em prol de todo o povo de um grandioso estado, em todos os sentidos.
Um entendimento do STF sobre o tema dificultaria hoje nosso pleito maior, qual seja a emancipação. Sobre o tema ler o artigo que escrevemos à época da decisão, no link: http://hugocesaramaral.blogspot.com/2011/08/emancipacao-poltica-do-triangulo.html