Ivan Santos*

Com mais de sete meses no comando do governo do Brasil, o presidente Bolsonaro deve estar a esperar que o Congresso aprove duas reformas estruturais importantes: Previdenciária e Tributária para depois anunciar programas para estimular a produção econômica e gerar novos empregos. Esta é uma hipótese possível. Enquanto espera pelas reformas o presidente dedica-se à discussão de temas sem importância econômica como a suspensão da tomada de três pinos, os radares nas estradas, a omissão de infrações de trânsito cometidas por motoristas nas cidades e nas estradas, a edição de liberação da compra e porte de armas de fogo e outros mimos surpreendentes.

Enquanto o presidente participa como ator de uma comédia social hilariante com declarações irracionais e ilógicas, todas as semanas, o número de trabalhadores desempregados, intermitentes, informais ou na baixa renda continua elevado ou em cerca de 30 milhões, segundo vários observadores independentes que se manifestaram pela imprensa tradicional. A economia também está mal das pernas e a caminho de nova recessão. Esperemos para conferir com a divulgação de dados no fim deste mês, sustentos por previsões do PIB deste ano. Também o número de famílias endividadas é hoje dos maiores em toda a história do Brasil.

O presidente da República sabe como está a situação do País. Se não anunciou até agora um programa realista para enfrentar a situação, certamente é porque espera pela conclusão de reformas que dependem do Congresso.

Senhoras e senhores do Conselho da República do Brasil: estamos a um passo de nova recessão com consequências imprevisíveis. Não há esperança de melhora econômica para este nem para o próximo ano, segundo abalizados economistas nacionais e internacionais que acompanham a crise brasileira. O presidente procura esconder a realidade nacional com pronunciamentos esdrúxulos, irreverentes, sem pé nem cabeça. Assim ele vai empurrando as dificuldades sociais do Brasil para uma eventual saída num futuro incerto e não sabido. Então é hora de olhar para a Argentina. Lá um governo conservador que sucedeu a um esquerdista predador, poderá ser desalojado do poder e ver os ex-trapalhões populistas que arruinaram o País retornarem ao governo com apoio do povo. Que a Argentina sirva de lição para o atual governo liberal, do Brasil.

*Jornalista