Ivan Santos*

O dia de ontem foi positivo para o governo do capitão Jair Bolsonaro, presidente da República do Brasil. Positivo porque, ao decidir seguir a onda mundial, o Comitê de Política Monetária – COPOM – decidiu imitar outros países e os Estados Unidos da América do Norte e reduziu o juro básico de 6,5% para 6%. Por causa disto a Caixa Econômica e os Bancos Itaú e do Brasil também anunciaram redução dos juros para pessoas físicas e empresas. A equipe econômica do governo federal comemorou porque sabe que a redução do juro básico vai suavizar o pagamento dos juros da enorme dívida pública que se aproxima de R$ 4 trilhões. Boa notícia para o governo, mas o presidente Bolsonaro não comemorou.
O presidente, segundo o noticiário da tarde de ontem, cancelou uma audiência marcada com o chancelar da França e foi ao barbeiro minutos depois. Nada teria acontecido se o astro liberal não tivesse divulgado a imagem dele no barbeiro, com declarações polêmicas que só serviram para aprofundar divergências entre “nós e eles”. Pegou mal. Alguns experientes observadores de política internacional disseram que a ato do presidente Bolsonaro pode ser considerado como descortesia pela França e até dificultar o Tratado de Livre Comércio com a União Europeia. Isto poder ser exagero, mas que foi inusitado, não há dúvida.
Os bolsonaristas comemoram uma declaração atribuída pela Imprensa ao presidente Trump, dos EUA, com aprovação do nome do deputado Eduardo Bolsonaro para embaixador do Brasil na Casa Branca. O esperto Trump, de olho no mercado de 200 milhões de consumidores do Brasil, não perdeu a ocasião e propôs um tratado de livre comércio. O Brasil continuaria a exportar café para Tio Sam e os Estados Unidos ampliariam o mercado para exportar produtos industrializados. Um bom negócio do Brasil para os norte-americanos, com certeza.

*Jornalista