Ivan Santos*

Na semana que passou o presidente Bolsonaro deve ter sentido saudade da atuação que teve na Câmara Federal como deputado e passou 28 anos a criticar sem limite todos os políticos da esquerda que, para ele, eram comunistas. O deputado Bolsonaro sempre falou mal de minorias politizadas com o grupo LGTB e ativistas sociais como os do MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Na presidência da República, Bolsonaro decidiu fazer um contraponto à política do “Eles contra Nós” lançada pelo PT e ativou o lema: “Nós contra Eles”. O presidente adora política que discute temas irrelevantes, Depois de sete menos no comando do governo nacional, Bolsonaro ainda não sinalizou providências concretas para reanimar a produção econômica e gerar empregos. Ninguém mais acredita em providências nesse campo neste ano e os 25 milhões de desempregados, subempregados, informais e desalentados continha a crescer perigosamente.
Para alguns analistas do mercado, o governo do Capitão só vai cuidar da animação da produção econômica depois de ver aprovadas as reformas da Previdência e a Tributária. Quem pensar que o Governo pretende reformar a política fiscal e tributária para baixar a carga carregada pelos brasileiros, hoje em 35% do PIB, engana-se. Enquanto as despesas da máquina pública não baixar nos três níveis de governo – federal, estaduais e municipais – não haverá redução da carga tributária. O governo anunciou uma reforma administrativa de mentirinha. Exemplo: extinguiu o Ministério da Indústria e Comércio e levou toda estrutura desse ministério, com todos os funcionários e a burocracia para o Ministério da Economia. Fez assim com outros ministérios como o da Pesca, das Mulheres, dos Negros e dos Direitos Humanos. Reduziu de 29 para 22 Ministérios, mas as despesas aumentaram e o déficit previsto para este ano está perto de R$ 150 bilhões; bem maios do que o déficit do ano passado. Assim a reforma tributária deverá unir vários impostos num só, mas o peso da carga para tirar o Brasil da crise, poderá passar de 40% do PIB. Esperem para ver que bicho vai dar.

*Jornalista