Ivan Santos*

Com mais de seis meses no comando do governo da República, o presidente Jair Bolsonaro tem se portado como um populista que gosta muito de aplausos de populares. Para ganhar a simpatia da massa o presidente criticou o uso de tomadas elétricas de três pinos, assinou sem medir consequências, um decreto que facilita o uso de armas de fogo, mexe com questões ambientais para agradar os produtores rurais que apoiaram a candidatura dele a presidente, proclama a exigência de garagens em todos os prédios residenciais, procura proteger motoristas que desobedecem a atual lei de trânsito com a ampliação de pontos na Careira e livrar de multa quem transportar crianças fora de cadeiras de segurança, declara-se contra radares nas estradas e ninguém duvide se ele, nos próximos dias, assinar um decreto mandando fechar todos os PROCONS no País para que os comerciantes grandes ou pequenos não sejam importunados por consumidores que desejam levar vantagem em tudo e reclamam sem razão. Com medidas surpreendentes o presidente pretende manter a aprovação popular em alta até 2022 para se candidatar à reeleição.
A economia do Brasil continua negativa. O crescimento desde 2014 foi baixo, nada além de 2% do PIB e, para este ano, as previsões do Banco Central são de 0,8%. O governo anunciou a liberação de recursos do PIS e do FGTS para estimular o consumo, mas diante de um alerta das construtoras de imóveis que advertiram que poderia faltar dinheiro para a construção e que isto levaria a um aumento do desemprego, o presidente recuou e anunciou que a liberação de recursos de fundos dos trabalhadores não será superior a R$ 500 para cada um neste ano. Para analistas do mercado, esse dinheiro servirá para quitar algumas dívidas dos segurados e pouco irá para reaquecer o consumo.
O governo, certamente espera pela aprovação de reformas estruturais como a da Previdência e a Tributária para anunciou medidas na Economia para reativar a produção e gerar novos empregos. Estas providências deverão ficar para o próximo ano. Até lá o exército de desempregados tende a aumentar. Hoje o mercado calcula mais de 25 milhões de trabalhadores desempregados, subempregados, informais e desalentados. O Congresso volta a se reunir na próxima semana. Diante das crises espera-se muita falação, marchas e contra marchas recheadas de politiquice com politicagem.

*Jornalista