Ivan Santos*

Enfim, o governo do capitão Jair Bolsonaro começou a reconhecer que há no Brasil uma crise econômica e social e que é preciso lançar programas concretos para reativar a economia. Segundo o jornal “O Estado de São Paulo”, há hoje no Brasil 25 milhões de desempregados, subempregados e desalentados e milhares de pequenos empresários que não veem saída para que o mercado volte a funcionar com consumidores ativos.
Nesta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que o governo vai liberar mais de R$ 40 bilhões do FGTS e do PIS/Pasep para reativar o comércio e animar à Tigrada. Para alguns analistas do mercado, 60% desse dinheiro será usado por trabalhadores pendurados no cheque especial e no comércio, para quitar as dívidas e o restante irá para o consumo. O dinheiro acabará em uma semana depois de liberado como ocorreu recentemente quando o presidente Michel Temer adotou medida semelhante e liberou milhões do FGTS. A solução verdadeira para o desaquecimento da economia só virá quando o mercado começar a abrir novos empregos. Para isto o governo precisa anunciar programas na área do desenvolvimento econômico. Alguns dizem que tais medidas só aparecerão depois da reforma da Previdência e da Tributária. Assim, a luz no túnel só deverá aparecer a partir do ano que vem. Isto, se o governo deixar o discurso eleitoral e começar a governar concretamente.
É bom não esquecer que a Reforma da Previdência não é um programa de desenvolvimento econômico gerador de empregos e renda. É uma medida de ajuste fiscal para ajudar o governo reajustar as contas públicas. A retirada de RF$ 1 bilhão dos segurados da Previdência social deverá contribuir para que haja menos recursos para o consumo. Se o governo não anunciou programas para reaquecer as atividades econômicas, a crise no mercado poderá durar mais tempo e só será anulada por ação da iniciativa privada, não do governo.
Dúvidas à parte, a verdade é que o anúncio da liberação de dinheiro para o consumo foi um fato recebido como positivo pelo mercado que até agora não viu porta de saída para crise que paralisou os negócios no Brasil. O mercado e os bancos já falam em PIB de 1,1% neste ano e não de 0,8% como já foi projetado pela Fundação Getúlio Vargas.

*Jornalista