Ivan Santos*

O governo, segundo informou o jornal “Folha de São Paulo”, prometeu liberar até R$ 40 milhões em Emendas Parlamentares para cada deputado, inclusive os de primeiro mandato, que votassem a favor do projeto de Reforma da Previdência. Não seria uma prática de “toma lá, dá cá”, segundo o governo. Seria apenas a liberação de recursos de Emendas, para o bem do Brasil, segundo o governo na Nova Política.
Disfarce à parte, a verdade é que o governo não tem dinheiro para pagar tudo que prometeu, ainda neste ano. O Tesouro da República está com um buraco enorme para ser tapado com maior arrecadação, mas esta não está risonha nem franca. Especialistas em contas públicas já disseram que o governo precisa de um ano ou um ano e meio para começar a pagar o que prometeu aos deputados. Os negociadores, a mando do governo, garantiram aos deputados que votassem a favor da Reforma da Previdência, um crédito suplementar de R$ 40 milhões para cada um deles que votassem a favor da reforma previdenciária. O presidente Bolsonaro não deve imitar os governantes do PT que emitiram títulos da dívida pública para pagar bondades e benesses para empresas amigas, partidos e sindicatos aliados. Se quiser pagar agora a promessa feita aos deputados terá que tirar dinheiro da saúde, da educação e da segurança, além do contingenciamento que já aplicou. Um técnico do governo, disse “em off” ao jornal “O Estado de São Paulo” que “não h[a reserva suficiente para cobrir a promessa”.
Os Ministérios terão que apresentar mais um Plano de Contingenciamento ou paralisar obras e reduzir custeio de serviços para pagar recursos de Emendas aos deputados que aprovaram a nova Previdência.
O mercado, que comemorou a aprovação da Reforma da Previdência no primeiro turno na Câmara já começou a se preocupar com o quadro de dificuldades que enfrenta o governo neste momento. A previsão do PIB deste ano, de 1,6% foi pro espaço. A previsão de PIB, inclusive pelo Banco Central para 2019, despencou para 0,8%. Além da preocupação com o porte de armas, com fim de multas para motoristas infratores e tomada de três pinos, o governo precisa se preocupar com a queda do PIB e com o desemprego que já castiga 14 milhões de trabalhadores economicamente ativos no Brasil.

*Jornalista