Totos: Guilherme Bergamini

Durante audiência pública com deputados, Gustavo Barbosa enfatizou a importância da adesão de Minas Gerais ao Regime de Recuperação Fiscal

Um diagnóstico transparente que revela a grave situação fiscal de Minas Gerais foi apresentado pelo secretário de Estado de Fazenda, Gustavo Barbosa, aos deputados que participaram, nesta terça-feira (11/6), do segundo dia de reuniões do projeto “Assembleia Fiscaliza”. O secretário relatou que, no período entre 2014 e 2018, as despesas cresceram 36,4%, enquanto as receitas aumentaram apenas 25%. Já o déficit previdenciário saltou de R$ 9,4 bilhões para R$ 17,3 bilhões. O déficit orçamentário previsto para 2019 é de R$ 15 bilhões e o gasto com pessoal está em 76,48% da Receita Corrente Líquida (RCL), bem acima do limite de 60% previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Diante de tal contexto de crise financeira, Gustavo Barbosa enfatizou a necessidade de um rigoroso ajuste fiscal no Estado, atacando as questões estruturais, de modo a possibilitar a retomada sustentável do crescimento econômico para que o governo volte a honrar seus compromissos financeiros, como o pagamento integral dos salários dos servidores e dívida dos fornecedores, e as despesas com saúde e educação, por exemplo.

Entre as questões debatidas com os deputados durante a audiência, o secretário reforçou a importância da adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) proposto pelo governo federal. O RRF permitirá ao Estado suspender temporariamente o pagamento da dívida com a União – o que representa um alívio de caixa de cerca de R$ 25 bilhões em três anos – e a contratar empréstimo com aval federal. Como contrapartida, algumas medidas de contenção de despesas e geração de receita, além de melhorias na gestão, deverão ser adotadas pelo governo mineiro.

A previsão é que os projetos do RRF sejam encaminhados em breve pelo Executivo à Assembleia Legislativa para apreciação dos deputados estaduais. Gustavo Barbosa ressaltou que todo o processo será amplamente debatido com os parlamentares. “O RRF vai nos permitir atacar questões estruturais. As gestões anteriores já tentaram receitas extraordinárias, como operações de crédito, utilização de depósitos judiciais, venda da folha de pessoal, refinanciamento de dívidas tributárias (Programa Regularize) e o não repasse de recursos aos municípios, e não resolveu. Sem atacar questões estruturais, não há solução”, explicou.