Gustavo Hoffay*

É natural que milhões de brasileiros, eleitores de Bolsonaro, estejam preocupados com o que possa estar orbitando o seu Gabinete no Palácio do Planalto e ainda lançando eclipses de terrorismo político na Esplanada dos Ministérios e em gabinetes do Congresso Nacional. Lembremo-nos que, embora preso, Lula continua sendo a maior referência viva e ativa do Partido que forças ocultas ( entenda-se Golbery do Coutto e Silva, o “Bruxo” , que apoiou o avanço de Lula para evitar a ascendência de Brizola) levaram a criar e assim que o governo Figueiredo acenou com a continuidade do processo de “abertura política”, modestamente esboçado no governo do presidente Geisel – embora esse seja tido por muitos como a um dos maiores algozes dos socialistas durante a vigência dos governos militares. Não cabe, aqui, levantar polêmicas e detalhar acontecimentos políticos daquela efervescente época da vida tupiniquim e entre os quais, pessoalmente, destaco o retorno de ativistas comunistas ao Brasil, após um período em que permaneceram exilados em Cuba ou em alguns países europeus. Finalmente convencidos de que o país se tornara em uma sadia seara de convivência social e política, os militares deram-se por satisfeitos em sua missão “redemocratizante” e assistiram ao primeiro civil eleito por um Colégio Eleitoral na condição de vice de Tancredo Neves ( internado em um hospital às vésperas da sua posse), para exercer o cargo de presidente da República, pós-regime militar: o nordestino José Ribamar Ferreira Araujo da Costa Sarney e que posteriormente, em 1.990, passou a faixa presidencial ao vencedor das urnas populares : o jovem e milionário nordestino, pinta de galã, dinâmico e exímio manipulador de massas Fernando Collor de Melo, dono de um discurso que há muito não se ouvia por essas bandas e que demonstrava uma energia jamais vista em qualquer outro presidente brasileiro: praticante de Caratê , chegou ainda a voar na cabine de um caça militar supersônico em um dia do seu curto mandato. Sim, o seu vôo na condição de mandatário máximo deste país foi comparável ao vôo de uma galinha – e devido a descobertas de práticas de falcatruas diversas. Até pouco antes apenas dois partidos políticos reinavam absolutos em nosso país: ARENA e MDB. Com o advento da “Abertura” e o conseqüente surgimento do Partido dos Trabalhadores ( criado por um grupo de socialistas que conseguiu, facilmente, convencer um líder sindicalista semi-analfabeto a tornar-se presidente do Brasil), a grande massa de humildes brasileiros residentes no estado de São Paulo viu-se ali refletida e bem representada na luta pelas suas antigas reivindicações. Tal e qual a um fermento na massa, o PT agigantou-se e ao ponto de tornar-se impossível de ser dirigido , apenas, por aqueles que o criaram, mas conseguiram o que parecia impossível: eleger um presidente da República e que durante toda a sua campanha distribuiu sonhos e esperança a milhões de brasileiros assalariados ou desiludidos com as promessas do ex-presidente Collor, também nordestino e que renunciou ao seu mandato antes de ver-se na iminência de ser cassado pelo Congresso Nacional. Mas o próprio tempo encarregou-se de desmascarar os principais dirigentes petistas e o povo foi às ruas para protestar. Aquele ex-líder sindicalista foi transformado em réu e depois condenado à cadeia, onde permanece até hoje e de onde sairá sabe-se lá quando. Ainda assim ele urra, grita e esperneia, exige ser ouvido e ter a sua imagem divulgada para o todo o país, pois quer ser visto como a uma vítima do “sistema”e principalmente por todos aqueles que um dia deixaram-se iludir pelas suas palavras e, até, ao ponto de conseguir comover juízes da Suprema Corte e ali obter a redução da sua pena. O Cavaleiro da Esperança, “rides again”; ele não desiste nunca! O líder-mor do PT atingiu a façanha de transformar-se no maior, mais iluminado e eficiente embusteiro político abaixo da Linha do Equador e fez seguidores em outras repúblicas que também preferiram seguir o socialismo. Seus discípulos tupiniquins, incansáveis, já ensaiam um retorno glorioso do PT ao governo; não conformam-se com a perda de um poder e pelo qual anseiam a dominação de massas! Preparemo-nos, pois o PT e a sua gente não desistiram….; mansa e sorrateiramente eles avançam pelas beiradas e até por corredores planaltinos e enquanto cogitam mudar o nome e a cor do Partido ao qual sempre disseram-se fiéis. E Bolsonaro, certamente, tem ciência de tudo isso….mas ele sabe se cuidar, quanto mais tendo como fieis escudeiros os seus próprios e barulhentos filhos: um assemelha-se a um Dogue Alemão e o outro a um Pitbull.

Agente Social – Uberlândia-MG