Ivan Santos*

Em menos de cinco meses no Trono do Planalto, a equipe de ativistas da Nova Política que sustenta no poder o presidente, capitão Jair Bolsonaro, já atua com a visão voltada para o ano de 2022.
O foco da intenção é reeleger Bolsonaro. Para isto o esforço estratégico está voltado para manter ativa a legião de simpatizantes que acompanham o personagem pelas redes sociais com o discurso contra os velhos políticos e contra a criminalidade organizada.
Na prática, o comandante, até agora, não deu um sinal de que cuidará de formular estratégias no campo da economia para gerar empregos e rendas para os brasileiros desempregados.
O grupo que apoia incondicionalmente o capitão-presidente Bolsonaro, não permite que apareça novo líder para fazer sombra ao chefão. Vejamos um exemplo: O juiz Sérgio Moro deixou, a Magistratura onde era um servidor respeitado, para exercer um cargo político, a convite do presidente eleito que precisava dele para enobrecer o Ministério que estava a formar. A Moro, Bolsonaro prometeu o Coaf – Conselho de Controle de Atividades Financeiras – órgão que monitora as operações financeiras legais e ilegais no País. Esse serviço é importante para o ministro Sérgio Moro combater o crime organizado. Para isto, o Coaf foi transferido por Bolsonaro, do Ministério da Fazenda onde cuidava de controles burocráticos, para o Ministério da Justiça. Nas Câmara Federal, alguns deputados perceberam que com o Coaf, Sérgio Moro poderia se tornar politicamente muito forte.
O Grupo do chefão Bolsonaro viu na operação a eventual transformação de Moro em poderoso candidato a presidente da República em 2022. Assim, seria melhor confiná-lo no STF. Por esta e por outras razões políticas, os deputados do Centrão resolveram retornar o Coaf ao Ministério da Fazenda. Os assessores do Presidente perceberam que a jogada era boa. Bolsonaro não se empenhou em deixar o Coaf na Justiça e abandonou Moro sozinho, num espaço vazio. Assim está a luta pelo poder político com cobra engolindo cobra para uma delas sobreviver. O super-ministro Sérgio Moro está a ser cozido em banho-maria para não perturbar o chefão em 2022.
E o povão? Ora, o povão! Quem estiver insatisfeito que continue esperando Godot até o final do século.

*Jornalista