Ivan Santos*

Depois de longa agonia, o presidente Bolsonaro decidiu demitir o ministro da Educação, o colombiano Ricardo Velez Rodriguez. O presidente explicou no twitter que o colombiano não tinha experiência para gestão eficiente no ensino. Por isto anunciou, no fim da semana passada, que o demitiria ontem e cumprir a ameaça. Em verdade, Velez Rodriguez foi demitido porque não cumpriu a missão que lhe foi delegada: expulsar todos os petistas e radicais de esquerda instalados no MEC e nas Universidades Federais pelo PT. A ordem era anular as ações de grupos divergentes que, supostamente, ainda atuam no MEC. A questão é ideológica, não de planejamento para melhorar o ensino.
O novo ministro, como o colombiano, não tem experiência para lidar com problemas de educação; é um operador do mercado financeiro que fala a mesma linguagem do ministro da Economia, Paulo Guedes, e tem disposição para defenestrar todos os esquerdistas que ainda estejam em cargos estratégicos no MEC. No entender dos ideólogos da “Nova Política”, o governo, para ter sucesso, precisa se livrar de ações de agentes da corrupção movidos por maléfica “Velha Política”.
O novo ministro Abraham Weintraub, tem apoio do guru do Presidente, Olavo de Carvalho, e recebeu uma missão estratégia: empreender, em todas as áreas nacionais de ensino, uma “guerra total” contra o “marxismo cultural”. Como um operador do mercado financeiro, o novo ministro da Educação apoia a proposta do ministro da Economia que é a desvinculação de recursos orçamentários para serviços sociais, entre os quais os de Saúde e a Educação. Isto é: zero recurso obrigatório para Educação.
Abraham Weintraub é um economista especializado em previdência e sem experiência em educação. Uma das principais tarefa que ele deverá cumprir no Ministério será neutralizar todos os agentes de esquerda que ainda atuarem no ensino público e privilegiar a privatização do ensino universitário para diminuir a responsabilidade do Estado Nacional nesse setor.

*Jornalista