Ivan Santos*

Foi na passada quarta-feira que a velha política, representada por ativistas de partidos da oposição na Câmara Federal, desafiaram o ministro da Economia, Paulo Guedes, que foi como representante da Nova Política defender a reforma da Previdência proposta pelo governo ao Congresso.
Foi um confronto feio, recheado de sarcasmo, cinismo e muita ironia. Os líderes do Centrão, todos da Velha Política, permaneceram calados numa estratégia marota para sentir o andar da carruagem e medir a temperatura ambiental na Casa dos Representantes do Povo. Os da nova política, assustados com os confrontos da oposição com o ministro da Economia, mostraram grande inexperiência parlamentar e emudeceram. O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do líder da Nova Política, permanecer calado, mas foi para o twitter postar palavras de maldizer contra os oposicionistas que, no dizer dele, são “inimigos do povo porque não apoiam uma amoderna reforma capitalista da Previdência. Foi um debate emocional que levou nada a lugar nenhum. Quem era contra o projeto da Previdência continuou contra; quem estava em dúvida continuou a cozinhar o assunto em banho-maria e tudo ficou como estava sem nada tirar ou por.
No dia seguinte, o chefe da Nova Política, presidente Bolsonaro, decidiu receber líderes da Velha Política para mostrar-lhes os benefícios da reforma da Previdência. Os visitantes, todos viajantes de longas jornadas e macacos-velhos, ouviram a pregação do chefe e saíram calados. A conversa dos novos políticos é especial para o twitter e os políticos da Velha Guarda não entendem de “lives” nem sabem interpretar “#hashtags”. Foi uma conversa entre estranhos e tudo continuou como estava, sem nenhuma novidade no front político. Assim o projeto de Reforma da Previdência do presidente Bolsonaro poderá acabar num beco sem saída.

*Jornalista