Foi na passada quarta-feira que a velha política, representada por ativistas de partidos da oposição na Câmara Federal, desafiaram o ministro da Economia, Paulo Guedes, que foi como representante da Nova Política defender a reforma da Previdência proposta pelo governo ao Congresso.
Foi um confronto feio, recheado de sarcasmo, cinismo e muita ironia. Os líderes do Centrão, todos da Velha Política, permaneceram calados numa estratégia marota para sentir o andar da carruagem e medir a temperatura ambiental na Casa dos Representantes do Povo. Os da nova política, assustados com os confrontos da oposição com o ministro da Economia, mostraram grande inexperiência parlamentar e emudeceram. O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do líder da Nova Política, permanecer calado, mas foi para o twitter postar palavras de maldizer contra os oposicionistas que, no dizer dele, são “inimigos do povo porque não apoiam uma amoderna reforma capitalista da Previdência. Foi um debate emocional que levou nada a lugar nenhum. Quem era contra o projeto da Previdência continuou contra; quem estava em dúvida continuou a cozinhar o assunto em banho-maria e tudo ficou como estava sem nada tirar ou por.
No dia seguinte, o chefe da Nova Política, presidente Bolsonaro, decidiu receber líderes da Velha Política para mostrar-lhes os benefícios da reforma da Previdência. Os visitantes, todos viajantes de longas jornadas e macacos-velhos, ouviram a pregação do chefe e saíram calados. A conversa dos novos políticos é especial para o twitter e os políticos da Velha Guarda não entendem de “lives” nem sabem interpretar “#hashtags”. Foi uma conversa entre estranhos e tudo continuou como estava, sem nenhuma novidade no front político. Assim o projeto de Reforma da Previdência do presidente Bolsonaro poderá acabar num beco sem saída.
*Jornalista
Josias de Souza – jornalista
Brasília vive dias muito estranhos.
É como se os atores políticos tivessem notado que estavam fora de suas marcas, e procurassem desesperadamente o seu lugar no palco. Quando se imaginava que a oposição tivesse desistido da vida nacional, ela foi finalmente localizada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
A oposição reapareceu na audiência pública sobre reforma da Previdência, com o ministro Paulo Guedes.
O problema é que a bancada do PT, pedaço mais estridente da oposição, parece ter viajado no túnel do tempo.
Faz barulho como se estivesse na década de 90, época em que o PT AINDA ESTALAVA DE PUREZA MORAL.
O ministro da Economia não teve dificuldade para lidar com o PT. Tirou o partido do sério ao recordar o MAL que o petismo fez nos verões passados, quando foi Governo.
Na Comissão de Justiça, o PT tachou o Governo Bolsonaro de “tchutchuca” do pedaço mais rico da sociedade.
E Paulo Guedes, num timbre de tigrão, explicou para o deputado Zeca Dirceu (filho do PeTista José Dirceu, legalmente condenado pela Justiça em Segunda Instância a mais de 30 anos de detenção em regime fechado, provisoriamente fora da cela) que “tchutchuca é a mãe”.
Quando a mãe entra na dança, o espetáculo piora.
Mas fica mais nítido.
Josias de Sousa=jornalista
O desempenho do PT na audiência pública com Paulo Guedes, na Comissão de Justiça da Câmara, mostrou que o partido passa por uma crise etária.
A crise da adolescência.
Estalando de pureza moral, o petismo fez oposição como se o relógio tivesse recuado à década de 1990.
Descobriu-se que os 13 anos de Poder deram cabelos brancos ao PT, mas não ensinaram a legenda a usar o senso de ridículo.
Uma característica fundamental da dificuldade de julgamento das pessoas que assistiram ao espetáculo foi ter que ouvir os deputados interrogando o ministro durante quase sete horas, para chegar à conclusão de que eles não tinham nada a dizer.
Antes que a sessão terminasse em baixaria, 24 parlamentares tiveram a oportunidade de dirigir questionamentos a Guedes —17 eram da oposição.
Repetindo: 70,8% das questões foram formuladas pela oposição.
No geral, serviram para três coisas:
1) Mostrar que o PT não só acredita em vida depois da morte como exerce na plenitude o direito de construir o seu próprio caminho rumo ao inferno;
2) Revelar que outras legendas de oposição, como o PSB, se descolam do petismo;
3) Realçar o talento de Paulo Guedes para lidar com o contraditório. Guedes combateu os petistas com munição fornecida pelo próprio PT.
Recordou que o esforço do atual governo para reformar a Previdência não é original.
Lembrou que foi sob Lula que os servidores públicos perderam a aposentadoria integral.
Lembrou que, na gestão de Dilma, adotaram-se restrições que afetaram as mulheres, e criou-se o regime de capitalização para complementar a aposentadoria dos servidores.
Ministro da Previdência de Dilma, Carlos Gabas “foi lá nas pensões e cortou 50%”, afirmou Guedes.
“Eu devia apontar agora para quem fez isso e dizer que estavam fazendo crueldade com o povo brasileiro?”, indagou o ministro.
“Ou será que estavam reagindo a uma situação onde estava vindo uma explosão? Acabou havendo uma explosão.”
Os petistas esboçaram uma reação.
Mas Guedes atalhou:
“Parece que houve um impeachment por irresponsabilidade fiscal. Então, houve uma explosão financeira em algum momento. E parece que aconteceu muito mais coisa”.
Noutro instante, quando insinuaram que o ministro deveria cortar subsídios e benefícios tributários concedidos a grandes empresas, Guedes jogou “mais coisa” no ventilador:
“Quem mais fez desoneração? Todos sabem quem foi”, declarou, referindo-se às gestões de Lula e, sobretudo de Dilma.
E prosseguiu:
“Quem é que fez a conta de subsídios no Brasil sair de 2% do PIB para 4% do PIB? Todo mundo sabe quem dobrou os subsídios no Brasil, quem cometeu a irresponsabilidade fiscal de dar dinheiro para campeão nacional (JBS), enriquecendo grupos próximos e coisas desse tipo. Todos nós sabemos. Ninguém é ingênuo.”
Guedes assim esfregou na cara dos adversários os erros e as omissões dos Governos de Lula e Dilma.
No mais, toureou os oposicionistas que fizeram algum nexo — como Tadeu Alencar (PE) e Alessandro Molon (RJ).
Representantes do PSB, ambos questionaram a reforma proposta por Guedes sem deixar de reconhecer que a Previdência precisa de ajustes.
Quanto ao PT, sem nenhuma ideia alternativa, o partido revelou-se presa fácil para Guedes.
Ao expor o enorme passado que a legenda tem pela frente, o ministro foi minando o equilíbrio dos rivais.
Até o momento em que, esgotados os truques, Zeca Dirceu (PT-PR), herdeiro do grão-petista José Dirceu (condenado que retornará brevemente à cadeia para mais de 30 anos em regime fechado, conforme crimes apurados pela Operação Lava Jato), retirou da cartola um insulto:
“Eu estou vendo, ministro, que o senhor é tigrão quando é com os aposentados, com os idosos, com os portadores de necessidades. O senhor é tigrão quando é com os agricultores, os professores. Mas é tchutchuca quando mexe com a turma mais privilegiada do nosso país.”
E Paulo Guedes, com o microfone desligado:
“Tchutchuca é a mãe, é a avó, respeite as pessoas. […] Isso é ofensa. Eu respeito quem me respeita. Se você não me respeita, não merece meu respeito.”
Restou demonstrado o seguinte.
Do mato do PT já não sai coelho, saem cobras, lagartos e Zeca Dirceu. Quando falam, os petistas dão a impressão de que procuram ideias desesperadamente, como cachorros que esconderam ossos e esqueceram a localização do esconderijo.
O PT não aprendeu a lição das urnas de 2018.
Empenhados em desqualificar o ministro da Economia e a proposta de reforma previdenciária do Governo Bolsonaro, os petistas esqueceram de qualificar o partido como uma força política habilitada a retornar ao Palácio do Planalto.
Antônio Jair:
Vote 13…e confirme…SER + UM “BURRO/MULA ÚTIL DO PT” DOA PRESOS LULA/PALOCCI/JOÃO VACCARI/ANDRÉ VARGAS, E BREVEMENTE NOVOS PRESIDIÁRIOS DILMA, FERNANDO PIMENTEL, JACQUES WAGNER, EX-SENADOR NÃO ELEITO EM 2018 LINDBERGH FARIAS, GLEISI HOFFMANN, EX-PREFEITO GILMAR MACHADO NÃO REELEITO, E TAMBÉM NÃO VOTADO PARA SER DEPUTADO FEDERAL EM 2018, ETC…
Neste espetáculo de descompostura e desrespeito é bom ressaltar a figura de Zeca Dirceu, filho de Zé Dirceu, já condenado pela justiça em mais de um processo e ele mesmo, o Zeca, denunciado por crime de corrupção. O ministro Guedes prontificou-se e compareceu ao Congresso para explicar a reforma da previdência e dava de maneira brilhante o seu recado, quando o moleque, afrontosamente, interrompe o Ministro com palavreado chulo e desrespeitoso, pondo fim a uma boa explicação, solicitada pela própria CCJ. Por que não escutar, porque não discutir, por que não propor, por que não reformular, por que partir para a ignorância? Fico cada vez mais tentada a acreditar na minha teoria: tem muita gente morrendo de medo do governo Bolsonaro dar certo…