Ivan Santos*

Os problemas atuais do Brasil são muitos e grandes. A economia continua emperrada e os brasileiros já sabem que o crescimento econômico no ano passado foi pouco mais de 1%. Muito pouco para um país que tem hoje mais de 12 milhões de trabalhadores desempregados e quase 20 milhões com baixos salários ou no mercado informal.

    Em mais de dois meses de governo o presidente da República ainda não anunciou as providências que tomará para reativar a produção econômica. Nesse tempo, a principal ação do presidente da República foi postar opiniões pessoais (dele) em redes sociais e anunciar providências tomadas por ele, (não pelo governo) no twitter. Agora, que passou o Carnaval, não há mais espaço para o chefe do governo do Brasil continuar a postar querelas políticas em redes sociais. Ainda bem que as postagens do chefe já começaram a perder a credibilidade e, em breve, serão ignoradas. Isto ocorre de acordo com a repetição de uma prática que sofre os efeitos da Lei de Gossen.

    Para quem não conhece os efeitos da Lei de Gossen, informamos: Em 1854, o cientista social prussiano, Hermann Heinrich Gossen, formulou a seguinte Lei da Duração que enuncia: “Quando algum desejo se prolonga sem interrupção, sua intensidade, após elevar-se no princípio, decresce e acaba por tornar-se nula”.

    Toda repetição, com o tempo, atinge a nulidade e passa a ser vista com indiferença pela sociedade humana. Em breve os cidadãos do Brasil não darão mais atenção às postagens do presidente em redes sociais.

    O presidente Bolsonaro e os que o assessoram podem começar a refletir na realidade atual. O astro político conservador, que antes de assumir o governo tinha quase 70% de aprovação pública e representava esperança de mudanças nos costumes e na economia do País, na última pesquisa divulgada antes do Carnaval, estava com apenas 38% de avaliação positiva. Foi uma despencada monumental.

    A parte consciente e responsável da sociedade brasileira espera que, passadas as emoções do Carnaval, o presidente da República se afaste do twitter e das querelas nas redes sociais e se reúna com os ministros para governar com seriedade, organizar uma base de apoio no Congresso para aprovar as reformas necessárias, combater a violência  e reativar a produção econômica para gerar empregos e renda. A esperança é a última que morre. Continuamos com esperança.

*Jornalista