Ivan Santos*

O governo do presidente Bolsonaro, neste tempo de Carnaval, está semiparalisado. Esta informação é do jornal O Estado de São Paulo, edição de hoje. Pelo menos 11 conselhos e comissões que assessoram o Governo seguem inoperantes porque o presidente desconfia que todos eles foram aparelhados pelo PT e precisam ser reformados com pessoas conservadoras que sirvam aos projetos e à filosofia do novo governante.

    Os conselhos estão vinculados a vários ministérios. Por exemplo, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, no qual atuam grandes empresários nacionais, também está paralisado e à espera de reformulação a ser feita pelo presidente da República, um centralizador. Um exemplo de centralização foi dado depois de revelada a nomeação, pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, de uma especialista em segurança pública para assumir uma Suplência no Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Uma suplência, repetimos.

    Sérgio Moro pensou que tinha carta branca no Ministério. Não tinha e não tem. O influente filho do chefe, Carlos, não gostou da nomeação porque a especialista é tida como contra a liberação do porte de armas e protestou. Resultado: o chefe ordenou a Moro que desnomeasse a suplente. A ordem foi cumprida. Assim os outros conselhos estão paralisados e esperam por nomeações de conselheiros pelo chefe do governo. Se continuar assim depois do Carnaval, o governo poderá caminhar como tartaruga.

   O presidente segue influenciado por manifestações nas redes sociais. Se os milhares que o seguem se posicionarem contra a reforma da Previdência, podem ocorrer surpresas. Na proposta da reforma de Temer a idade para aposentadoria integral era 65 anos para homem e 62 para mulher. Por pressão nas redes sociais, o presidente já admite baixar o limite de idade para mulheres para 60 anos. Se os servidores públicos se organizarem e atuarem nas redes sociais poderão influenciar o mandatário nacional a modificar substancialmente o projeto da Previdência ou até o descaracterizá-lo completamente. Assim, o mercado já sente insegurança sobre os rumos do governo.

   O poderoso filho Carlos já escreveu no twitter uma mensagem esclarecedora, com os seguintes dizeres: “Nós somos o poder”.

   Pra bom entendedor um pingo é letra, diz um ditado popular.

*Jornalista

CARTA BRANCA SÓ NO GOGÓ

Jair Bolsonaro, disse em reunião aos jornalistas no Planalto, que seus filhos não mandam na sua gestão! Porém, e lamentavelmente, zombam do seu governo…  Já que, infelizmente, teve o dedo dos filhos neste “fim da carta branca” prometida por Bolsonaro ao Sérgio Moro! Que ficou evidente quando fez o ministro recuar da nomeação da cientista politica Ilona Szabó, para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária!  Decisão essa que teve até comemoração nas redes sociais por parte de Flávio e Eduardo Bolsonaro!  Quando Flávio, chamou a cientista de “cara de pau” porque no entender dele, Ilona Szabó estava “com uma vontade louca de sabotar o governo”! E celebrando também no twitter, Eduardo Bolsonaro, se referiu a esta exoneração de “grande dia” e num segundo twitter escreveu “Nós somos o poder”…     É exatamente assim que esses rebentos do presidente andam se achando “donos do poder”! Lamentável, intromissão esta, diga-se, nefasta de familiares de um presidente, como jamais vista na história desta Nação!  O presidente deveria saber que o Planalto, não é lugar para penetras como Flavio e Eduardo…

PÉSSIMO NEGOCIANTE

Incrível a ingenuidade, ou péssimo negociador que demonstra ser o presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ)!  É a segunda vez que o presidente escorrega feio quando fala sobre a reforma da Previdência!  Na primeira no início de janeiro deste ano, diferente da proposta da sua equipe econômica que era aposentadoria aos 65 anos para ambos os sexos, de forma irresponsável afirmou que aprova como proposta 57 anos para mulher, e 62 anos para o homem. Quando a proposta de Michel Temer, já discutida e aprovada nas comissões da Câmara, era de 62 para mulher e 65 para o homem.  Porém, e em boa hora, esse confuso Bolsonaro, quando da entrega no mês de fevereiro da proposta da reforma de seu governo no Congresso, se não acolheu na integra a do ministro Paulo Guedes, autorizou 62 anos para mulher, e 65 para o homem. Ou seja, mesmo do Temer.  Mas, o nosso presidente, como se estivesse sofrendo de amnésia, nesta quinta-feira falando com jornalistas, no Planalto, infelizmente, disse que estaria disposto a discutir com o Congresso, a redução para 60 anos a aposentadoria das mulheres. Ou seja, com esta atuação insegura, ou esquizofrênica de Jair Bolsonaro, a reforma da Previdência, se sair, será completamente desfigurada…  O que pode significar um péssimo resultado para as contas publicas, e crescimento econômico do País!