Paulo Panossian*

Faltou coragem ao presidente Jair Bolsonaro, mas, sobrou demagogia quando deixa de apoiar o projeto da equipe econômica comandada pelo Paulo Guedes, que indicava também idade mínima de 65 anos para aposentadoria das mulheres, e como dono da caneta reduz para 62 anos. Na verdade, estas briosas mulheres estão mais preocupadas com seus empregos e com o futuro de seus filhos, do que o tempo para se aposentar. E sem uma reforma robusta, para resolver de vez o déficit da Previdência, teremos menos emprego, pobre futuro, e sem recursos para inclusive pagar os aposentados! Essa é a grande verdade! Neste sentido, o presidente também demonstra não conhecer bem a nossa Casa Legislativa, que por lá passou 28 anos. Já que, essa proposta da reforma que será detalhada na sua integra no próximo dia 20, conforme prometido pelo Bolsonaro, ao chegar no Parlamento, será cercada de um acalorado debate, e com centenas de emendas para modificar o projeto original. E, que, até esta idade mínima de 62 anos para as mulheres definida em péssima hora pelo presidente poderá ser modificada para pior pelos congressistas! O que poderá frustrar a expectativa prevista por Paulo Guedes de R$ 1,1 trilhão de economia em 10 anos! Que, no projeto inicial era previsto R$ 1,3 trilhão… Mesmo porque, a participação das mulheres no mercado de trabalho é crescente, e hoje responde a quase 50% da força de trabalho. Ou seja, o número de mulheres solicitando aposentadoria deve crescer, e elevar as despesas, hoje mais do que deficitárias da Previdência Social. E, é imperioso que esta reforma seja aprovada em condições de equilibrar as contas da Previdência! Caso contrário, não vai convencer o mercado, e tampouco os investidores, a aplicar seus recursos, que propiciem o nosso desenvolvimento econômico e social. Ou seja, o presidente não pode continuar fraquejado…

JUDICIÁRIO FORA DE CURVA

A juíza Carolina Duprat, da 11ª Vara da Fazenda Pública, sem respeitar a autonomia da prefeitura de São Paulo, suspendeu no último dia 13 de fevereiro, o reajuste da tarifa de ônibus da Cidade, que de R$ 4,00 foi para R$ 4,30.  Alega a magistrada que o reajuste foi maior que a inflação, mesmo sabendo que nos anos de 2016 e 2017 não houve alteração no preço das passagens. Que se fosse aplicado o índice inflacionário  do período, que ficou acima de 13%, o valor da tarifa seria maior que os R$ 4,30.  Felizmente, nesta sexta-feira 15/02/19, o juiz Manoel de Queiroz Pereira do TJ-SP, sensato, derrubou a liminar que suspendia o reajuste da tarifa de ônibus, por entender que “poderia causar grave lesão à economia pública”.  Se a juíza Carolina Duprat, realmente está preocupada com o bolso dos contribuintes, melhor seria fazer uma campanha e de forma pública, contra os privilégios que são muitos dos magistrados, como dos 16,38% de reajuste que tiveram recentemente, auxílio-moradia, bolsa-livro, férias de 60 dias, etc., que oneram abusivamente o erário…

*Jornalista – paulopanossian@hotmail.com

SALÁRIOS SUGAM RECEITAS

Conforme matéria do jornal Valor, entre 2015 a 2018, 26 Estados da Federação, mesmo auferindo crescimento de 7,23% na arrecadação, teve queda de 2,4% de recursos para investimentos. Porque, e infelizmente, permitiram crescimento de 6,32% nas despesas com salários dos servidores… Ou seja, os governadores relapsos se negam a reduzir despesas improdutivas, compram mal suprimentos e até superfaturados! Pior ainda, continuam inflando a máquina administrativa em cargos de nomeações políticas…

CONGRESSO X SUPREMO

Com instituições decadentes, e interesse dos nossos representantes públicos por maior protagonismo pessoal, e busca incessante de privilégios, em que pouco ou nada fazem pelo Brasil, surge agora uma animosidade, diria até infantil e grotesca, entre o Congresso e o Supremo. E para conter uma possível crise houve até um encontro entre o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o presidente do STF, Dias Toffoli, que se propôs um pacto entre os poderes. Tudo porque, nasceu um movimento no Senado, com a intenção de criar a “CPI da Lava Toga”, que já foi abortada… mas, que, os parlamentares insistem por esta CPI, que seria para investigar possíveis excessos praticados pelos tribunais superiores. E a Câmara, pelo jeito também não quer ficar fora deste circo… Ora, se o nosso Parlamento, tem propostas para impedir os excessos cometidos pelos magistrados, que aprovem projetos para tal. Não é uma Casa Legislativa?!… Que convenhamos, deixou de legislar há tempos, e não por outra razão que o Supremo, tem sido chamado a suprir essa grave lacuna, mas, cometendo seus excessos…! E o STF, precisa parar de interferir na autonomia do Congresso! Como da decisão recente do próprio presidente da Corte, Dias Toffoli, que indignou a Nação, quando fica de plantão até a madrugada só para atender seu amigo Renan Calheiros, a fim de beneficiá-lo, proibindo a votação aberta para eleger o presidente do Senado. Assim como é uma zorra a demora da devolução dos pedidos de vista, das concessões a granel de habeas corpus a corruptos amigos de membros desta Corte, etc. Ou seja, objetivamente, tudo que precisamos das nossas autoridades, é “zero de protagonismo”, e mais Brasil!

Jornalista – paulopanossian@hotmail.com