Quem acompanha o processo político nacional sabe que um governo atualmente não deve ser montado como os do passado, mas as articulações políticas ainda não mudaram muito, guardadas as épocas e as circunstâncias políticas. No presente assistimos a uma nova estratégia para formar um governo no Brasil sem a participação de dirigentes de partidos políticos. O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), com forte apoio popular conquistado na eleição está a constituir o governo com independência e sem indicações de políticos tradicionais. É uma experiência a ser testada na prática quando o chefe do governo precisar de apoio no Congresso para aprovar projetos que viabilizem os projetos do futuro governo. Todo governante cria estratégias para ter apoio porque administração pública numa democracia é diferente de administração privada. Todo governante democrático precisa de apoio de representantes do povo para aprovar orçamentos, projetos e ações. Jair Bolsonaro, eleito por um partido nanico no começo da campanha eleitoral, vai assumir o poder no dia primeiro de janeiro de 2019 com forte respaldo popular e com a promessa de “fazer diferente”. Governar para o povo sem o imoral “toma lá, dá cá” para ter apoio político, hoje é uma inovação. O povo, neste ano, renovou o Congresso com força. Cada brasileiro que votou por mudanças no processo político espera por um comportamento ético de seus representantes no Parlamento. O representante que assumir o mandato por quatro anos precisa entender que o eleitorado mudou. Hoje, cada cidadão brasileiro que espera por reais mudanças no comportamento dos seus representantes parlamentares pode acompanhar com atenção o comportamento de cada um deles no exercício do mandato. Mudança de hábito não se faz somente com declarações públicas de intenções. É preciso demonstrações práticas em horas decisivas ao longo do desempenho de uma missão. Alguém já disse no passado que “o sucesso de uma democracia está na constante vigilância dos eleitores”. A temperatura do tempo político no Brasil está a mudar rapidamente. “Toma lá, dá cá” poderá virar crime hediondo.
*Jornalista
LULA VERSUS BOLSONARO
Jair Bolsonaro destravou a língua para reiterar suas críticas à forma como Cuba explorava os médicos que atuavam nesta terra de palmeiras:
“Não podemos admitir o trabalho escravo no Brasil com a máscara de trabalho humanitário voltado a pobres”.
Todo mundo sabe que o confisco previsto no contrato celebrado pelo governo de Cuba, com Dilma Rousseff na Presidência do Brasil, ajudou a financiar a ditadura cubana.
Deve-se a Lula a decisão de Bolsonaro de reativar os ataques a Cuba. Em mensagem dirigida aos mais de 8.000 médicos cubanos que retornaram a Havana, o presidiário de Curitiba/PR escreveu:
“Eu lamento que o preconceito do novo governo contra os cubanos tenha sido mais importante que a saúde dos brasileiros que moram em comunidades mais distantes e carentes.”
Abespinhado, o capitão lamentou que “as informações estejam “chegando erradas na cadeia.”
Jair escreveu no Twitter:
“Diferente do que escreveu o corrupto preso Lula sobre o novo governo ser preconceituoso por retirar médicos cubanos do país, foi Cuba que os retirou por recusar-se a pagar salário integral a eles…”.