Ivan Santos*

Recebi de uma deputada estadual um informe no qual ela lembrou que 1º de junho é o Dia Nacional da Imprensa. Até o ano de 1999, o Dia da Imprensa no Brasil era comemorado em 10 de setembro, data na qual, em 1808, circulou pela primeira vez o jornal “Gazeta do Rio de Janeiro”. Foi quando imperava no País a Corte de Dom João VI que se transferira de Portugal para o Rio de Janeiro. Até 1808 eram proibidas a impressão e a circulação de jornais em Pindorama. Antes da Gazeta, jornal permitido pela Corte para divulgar informações sobre a família real e fofocas dos cortezões do Império, circulou o “Correio Braziliense” editado e impresso na Europa por Hipólito José da Costa. A Corte de Portugal proibiu a publicação de jornais porque temia que os brasileiros fossem influenciados por ideias libertárias oriundas da Revolução Francesa com a filosofia da “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. O Correio Braziliense, inspirado na Revolução Francesa, era um jornal subversivo na época. O dia 10 de Setembro era também o Dia do Jornalista. Só no dia 1º de junho de 1999 o Correio Braziliense foi reconhecido oficialmente por lei federal como jornal pioneiro na história da imprensa brasileira. Por isto, uma lei determinou esse dia como data para homenagear a Imprensa. O Congresso aprovou várias leis que homenageiam jornalistas, repórteres, editores, cinegrafistas e outros “istas”. Ainda falta criar o Dia do Jornalista Virtual.
O Brasil talvez seja o único país do mundo que tem duas dadas para comemorar o Dia do Jornalista. O dia 29 de janeiro foi consagrado ao Dia do Jornalista Católico por ser o último dia da Semana de São Francisco de Sales (de 24 a 29) – Patrono Católico das Comunicações. O dia 29 de janeiro é, pois, o Dia dos Jornalistas Católicos do Brasil. Há ainda no Brasil aqueles considerados “Filhos da Pauta” (cumpridores de pautas produzidas na editoria).Há também os jornalistas independentes, entre eles ateus, hereges e excomungados. O dia desses é 7 de abril, A FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais – também reconhece 7 de abril como o dia do Jornalista. Os políticos criaram outros dias para homenagear repórter, redator, editor, comunicador social, comunicador digital etc. e tal.
Deixamos a seguir, uma sugestão aos ilustres parlamentares federais – deputados e senadores: criem o Dia do Jornalista Virtual, o Dia do Blogueiro, o Dia do Twitteiro, o Dia do Facebookeiro, Dia do Ativista de Redes Sociais e o Dia do Jornalista de Plantão. Modernamente podem criar o Dia do Jornalista Antidrogas. Modernidade já! Chega de arcaísmo.

*Jornalista