Rafael Moia Filho*

“O orçamento deve ser equilibrado,
o Tesouro Público deve ser reposto,
a dívida pública deve ser reduzida,
a arrogância dos funcionários públicos
deve ser moderada e controlada,
e a ajuda a outros países deve ser eliminada,
para que Roma não vá à falência.
As pessoas devem novamente aprender a trabalhar,
em vez de viver à custa do Estado”.
Ano 55 a.C. Marco Túlio Cícero

Há muito tempo, tanto que perdi a conta, ouvimos dizer que um dos problemas do sistema educacional brasileiro são as autoridades perdendo tempo e recursos em coisas que ao final não geram crescimento e desenvolvimento para o aprendizado. Tempo em que deixam de somar esforço nas ações que realmente deveriam importar.
Governantes torram milhões em licitações para a compra de equipamentos de informática, prédios, merendas e salários dos professores. Pouco se investe em coisas importantes como – formação dos quadros de professores e direção, discussão e modernização das práticas de sala de aula, dever de casa, avaliação, qualidade dos livros didáticos e dos materiais de apoio, currículo e o envolvimento com os resultados, pontos que costumam ser deixados de lado.
Segundo Gustavo Ioschpe: “A quantidade de estudos seria suficientes para fazer um túnel de papel daqui à Lua”, mostrando as duas situações acima elencadas.
Nas ruas, os brasileiros comuns pensam que os problemas da Educação no Brasil se resumem a recursos financeiros, ledo e cruel engano. Primeiro porque recursos existem, o grande desafio é fazê-lo chegar ao seu destino intacto. A corrupção no Brasil tem tentáculos em diversos escalões, estando presente em praticamente todos os lugares onde haja dinheiro e processos licitatórios.
Sabemos que a corrupção tem várias formas de atuação, podendo ocorrer na licitação, na forma de propinas, no desvio de verbas, etc. O Brasil precisa antes de qualquer coisa, ser estudado com profundidade, reformulado e redescoberto para poder do zero recomeçar.
Se o processo passar incólume pelo veio da corrupção, precisará ainda ultrapassar a barreira dos burocratas, dos incompetentes e dos intelectuais de plantão. Estes atuam em projetos que acabam desvirtuando o processo educacional, confundindo a sociedade e muitas vezes atraindo o ódio da mídia, dos pais e principalmente dos professores.
Para poder começar uma revolução na Educação é preciso prender os corruptos e afastar os demagogos usando a ferramenta universal da transparência, enquanto os incompetentes você reeduca. Ainda sobram os tecnocratas que lutam por programas quantitativos baseados apenas na ideologia. Para estes, é necessários implantar uma agenda maximalista.
Não adianta encher o currículo escolar de matérias como se a simples inclusão destas fosse dar a qualidade necessária em sala de aula idêntica as que os alunos do ensino privado e dos países de primeiro mundo possuem.
É mais do que importante que a sociedade questione: Nossas escolas conseguem dar conta de tanta inserção, tantas temáticas transversais? Óbvio que não, definitivamente não conseguem, bastando pesquisar e perceber que nossos alunos estão abaixo da média em Matemática e Língua Portuguesa.

*Administrador de Empresas e Jornalista