Jose Carlos Nunes Barreto*

“Embora tenham caixa, as grandes empresas não investem. Em 22 de janeiro de2014, o Financial Times informou que, as empresas não financeiras dos EUA detinham $US 2.8 trilhões, sendo $US150 bilhões apenas nos cofres da Apple.”
Kostas Vergopoulos -professor de Ciências Econômicas da Universidade Paris 8

Thomas Piketty é um dos autores do livro “Piketty e o segredo dos ricos”, da editora veneta, SP-2014, que aborda de maneira clara, o sinal amarelo já anunciado em Davos, há 3 anos atrás, sobre o aumento exponencial da desigualdade no mundo, com a possibilidade de matar a galinha de ovos de ouro, dos ricos e super ricos do mundo- pessoas que tem um patrimônio (riqueza acumulada sob a forma de casas, contas bancárias – menos dívidas -ações e outras formas de riquezas-pedras preciosas por exemplo), igual ou superior à 1 milhão de dólares. Apenas cerca de 8% da população mundial – 400 milhões de pessoas entre 4,5 bilhões.

O fato é que, os estudos têm apontado para o acúmulo de riquezas, sem investir na produção/inovação/qualidade de vida, a fim de fazer prosperar a sociedade, o que tem colaborado para destruir o meio ambiente, matar populações, aumentar ativos sem conformidade às normas anti – roubos e negócios escusos ao redor do mundo, via de consequência, com o incremento dos riscos sociais. Na medida que os rendimentos anuais, auferidos pelos investimentos financeiros, de pelo menos 5% ao ano, para grandes players, contrastam com o aumento do PIB de até 2.5 % ao ano, na maioria dos países, isso só faz aumentar o fosso entre os super ricos (o topo da pirâmide de patrimônios- entre 0,1e 0,01% do total) e o restante da população.

Há poucos meses, a ISO lançou a norma ISO37001, anti- roubo alinhada às normas ISO 9001,14001 e 45001 ( respectivamente, de conformidade para Qualidade ;proteção ao MA; Saúde ,e Segurança Ocupacional) ante o clamor de empresas, governos e terceiro setor em todo planeta, que presenciaram vultosos desvios de recursos dos Tesouros Nacionais de países, para a conta de pessoas já ricas – vindos à tona por processos judiciais e julgamentos , a exemplo da Lava- jato no Brasil.

Apesar de muito divulgados, nunca é demais lembrar a lista dos mais super ricos do Brasil, segundo listagem da FORBES 2014, a maioria enriquecidos com bilhões de dólares do Banco social brasileiro, o BNDES:
Marinho- organizações Globo, $US28.9 bilhões; Safra-Banco Safra, $US20.1 bilhões; Ermírio de Moraes- Votorantim $US15.4 bilhões; Moreira Sales-ITAU UNIBANCO, $US12.4 bilhões; Camargo -Grupo Camargo Correa, US8bilhões; Maggi-Soja$US.4.9 bilhões; Batista- JBS,US4,3 bilhões; Odebrecht- Organizações ODEBRECHT US3.9 bilhões; Civita- Grupo Abril US3.93bilhões ; Setubal, ITAU US3,3.bilhões; Igel – Grupo Ultra,US3.2 bilhões; Marcondes Penido- CCR, US2.8 bilhões; Feffer- Grupo Suzano,US2.5 bilhões.

Concluo como os autores: “Percebe-se que se trata essencialmente de bancos, com carta patente para trabalhar com dinheiro público. De meios de comunicação (concessão publicidade banda de espectro eletromagnético, para prestar serviço de comunicação à população);de construtoras( as grandes, que trabalham com contratos públicos, nas condições que já conhecemos); e de exploração de recursos naturais (solo, água, minérios)que são do país, e que não precisam produzir: É o divórcio crescente entre quem enriquece, e quem contribui para o país.”
Por conta deste diagnóstico, e buscando mudanças, a maioria dos brasileiros elegeu Bolsonaro, que traz o Sérgio Moro para seu governo em 2019.
Que Deus nos ajude!

*Pós doutor e sócio diretor da DEBATEF Consultoria