Ivan Santos*

Depois da comoção nacional provocada pelo atentado ao candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro na última sexta-feira em Juiz de Fora, a temperatura com foco na política e na sociedade está a baixar. Uma mostra concreta dessa mudança foi a pesquisa de intenções de votos feita pelo Ibope após o atentado, em 79 municípios do Estado de São Paulo, inclusive a capital. O candidato Jair Bolsonaro (PSL) continuou na liderança com 23%. Na pesquisa anterior tinha 21%. Cresceu apenas 2%. Os outros candidatos competitivos ficaram assim: Geraldo Alckmin (PSDB) com 18% (tinha 16%); Marina Silva (Rede) com 8% (tinha 10%), Ciro Gomes (PDT) com 7% (tinha 5%) Fernando Haddad (PT) não foi incluído. Esta é uma lista com os candidatos mais competitivos que somados aos outros indica que Bolsonaro não tem hoje, em São Paulo, o maior colégio eleitoral do País e uma sociedade cosmopolita, condição de ganhar a eleição no primeiro turno. Num eventual segundo turno, o candidato do PSL dificilmente ganharia se todos os partidos se unirem contra ele. Segundo a pesquisa do Ibope em São Paulo, a agressão contra Bolsonaro não acrescentou o voto-de-manada a favor dele como muitos analistas previram. Aparentemente a comoção pública gerada na sociedade depois do irracional ataque começou a passar. Os candidatos mais destacados nas pesquisas retornaram às críticas contra o capitão depois de terem se solidarizado publicamente com ele após o atentado. No debate realizado domingo passado em São Paulo, os candidatos que compareceram condenaram todo tipo de política com ódio e se manifestaram unanimemente em defesa de uma campanha eleitoral civilizada com respeito aos adversários. Para alguns analistas políticos, a chance de Bolsonaro ganhar a partida é decidir o placar a favor dele no primeiro tempo do jogo. Se a decisão ficar para o segundo tempo, a tendência hoje é todos os adversários se juntarem contra ele. Se assim ocorrer o resultado será imprevisível.
*Jornalista