Rafael Moia Filho*

O resultado mais sublime da
educação é a tolerância (Helen Keller).

O significado da palavra Dèjá vu é quando nós vemos ou sentimos algo pela primeira vez e temos a sensação de já ter visto ou experimentado aquela sensação anteriormente. Diversas teorias errôneas, como intenção, vidas passadas ou visões sobrenaturais, surgiram para explicar o fenômeno.
Pois é exatamente esta sensação que sinto no decorrer desta eleição que será realizada em 2018, e cuja campanha, já começou há tempos nas redes sociais, com agressões, defesa do insustentável, falta de ideias, projetos e muita intolerância em todos os sentidos da palavra.
Já senti essa mesma sensação em relação principalmente aos eleitores do candidato que estava na frente na década de oitenta quando os defensores de Maluf eram inflexíveis e não adiantava dizer que ele estava superfaturando as obras e roubando o dinheiro do cidadão paulista.
Como não havia redes sociais nem internet, bastava entrar num taxi em SP para ouvir o motorista dizer:
_Em quem você vai votar?
Se ouvisse algo diferente de Paulo Maluf, pronto: O sujeito desancava a falar em favor do “Seo Paulo” como eles gostavam de chamá-lo. Eram elogios às suas obras, sua formação, etc.
Em 1989, porém, em âmbito nacional aconteceu à mesma coisa com os defensores da candidatura do então desconhecido Fernando Collor de Melo pelo ainda mais desconhecido partido, o PRN – Partido da Reconstrução Nacional, hoje extinto.
Com ajuda da Rede Globo, que hoje os incautos chamam de comunista, o candidato enganou a todos com seu discurso firme, forte e jovial em defesa do fim das mordomias, da extinção dos marajás do serviço público, da privatização das estatais, etc.
As únicas coisas que fez foi iludir seus eleitores que meses depois desapareceram do mapa. Confiscou o dinheiro de todos, inclusive da poupança e não conseguiu nada com seu falido Plano Collor. Foi defenestrado num processo de Impeachment. Ainda hoje responde por processos de enriquecimento ilícito, e outros artigos do código penal brasileiro e se vale da imunidade de senador da república.
Em 2014, Aécio Neves virou o jovem salvador da pátria, embora com discurso fraco, sem um currículo de gestor público e o ônus de uma gestão fraca a frente do governo de Minas Gerais por oito anos, sem ter construído Hospitais, investido na Educação e deixado o Estado com as piores estradas do sudeste do país, conseguiu com seu discurso enganar seus eleitores e por pouco não vence as eleições marcadas pelo ódio nas redes sociais.
Todos os políticos citados anteriormente estão presos ou respondendo a processos por corrupção, formação de quadrilha, desvio de verbas. Todos enganaram, iludiram e frustraram seus eleitores e defensores ávidos. Hoje em comum existe o fato de que não conseguimos identificar com facilidade um eleitor de Maluf, Collor, ou Aécio Neves nas ruas ou redes sociais.
E o que isso tem a ver com meu Dèjá vu? Basta acompanhar as eleições na Internet, WhattApp, Redes Sociais e perceberá com facilidade que o mesmo modus operandi utilizado no passado recente está sendo empregado para defender o candidato Jair do PSL. Agressões, respostas sem conteúdo lógico, e uma prática comum na época do Macartismo americano na década de ’50, imputar aos que não gostam do seu candidato à pecha de “comunistas”, “esquerdistas”, etc.

*Administrador de Empresas e Jornalista